Prefeito de Cidade na Bahia Cancela São João para Investir em Indústria Local

SANTA BARBARA NÃO TERÁ SAO JOAO SANTA BARBARA NÃO TERÁ SAO JOAO

O clima de festa deu lugar a debates em Santa Bárbara, cidade do Centro-Norte da Bahia conhecida como a Capital do Requeijão. O prefeito Edifrâncio de Jesus Oliveira (PSD) anunciou que a tradicional festa de pré São João não será realizada este ano. Em vez disso, a prefeitura irá direcionar cerca de R$ 3 milhões para a compra de um terreno destinado à implantação de um Parque Industrial às margens da BR-116.

A decisão, divulgada por meio das redes sociais da prefeitura, gerou reações divididas entre os moradores. Segundo o prefeito, o valor necessário para organizar o evento junino seria o mesmo exigido para adquirir a área onde será construído o polo industrial, que já tem uma empresa confirmada e poderá gerar aproximadamente 400 empregos diretos em uma cidade com pouco mais de 21 mil habitantes.

“Se eu comprar a área industrial da cidade, não tenho condição de fazer o São João. E se eu fizer o São João, não tenho condição de pagar o Polo Industrial de Santa Bárbara, que trará o crescimento e desenvolvimento para nossa cidade”, explicou o gestor.

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Escolha estratégica ou corte cultural?

A fala do prefeito aponta para uma escolha que ele próprio definiu como difícil, principalmente para comerciantes e jovens que esperam o São João como uma oportunidade de lazer e geração de renda. Por outro lado, a promessa de desenvolvimento econômico, com empregos formais e atração de empresas, também pesa na balança.

“Sei que é um momento de decisão difícil para o comércio, para a juventude, mas o que eu pensei nesse momento foi o progresso de Santa Bárbara”, afirmou.

Tradições mantidas

Apesar do cancelamento do São João, a prefeitura promete manter outros eventos tradicionais da cidade. Estão confirmadas atividades como o Festival de Romeu e Julieta em setembro, as comemorações da emancipação política em dezembro e a Copa Rural, que movimenta diferentes comunidades ao longo de três meses.

População dividida

Nos comentários das redes sociais, a população expressou opiniões diversas. Alguns apoiaram a decisão, enxergando nela uma aposta no futuro. “Festa tem em qualquer hora ou quando pode, vamos pensar principalmente no povo que mais precisa. Essa escolha foi bem pensada, só quem ganha é o povo”, disse uma internauta.

Outros, no entanto, demonstraram preocupação com o impacto cultural e econômico da ausência da festa junina. “Mas essa é a única forma de conseguir recursos, adiando a única tradição de renome na cidade?”, questionou um morador. Outro acrescentou: “A festa também gera emprego e renda. Ele poderia fazer uma festa com baixo orçamento, com bandas menos expressivas.”

Desenvolvimento a longo prazo

A aposta do prefeito é ousada, mas levanta uma discussão importante: até que ponto é válido abrir mão de tradições populares em nome do desenvolvimento econômico? A resposta pode não ser simples, mas coloca Santa Bárbara no centro de um debate que envolve identidade cultural, responsabilidade fiscal e futuro da economia local.

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