Barbeiro salvo por marmita fala em mudar de cidade após episódio violento

O jovem barbeiro Átila Amorim, de 23 anos, viveu momentos de terror ao voltar do trabalho na noite de sexta-feira (29). O que era para ser apenas mais um trajeto rotineiro se transformou em um episódio digno de filme de ação.

Ele trafegava de motocicleta pela rodovia CIA Aeroporto, na região metropolitana de Salvador, quando foi abordado por criminosos armados. Em uma tentativa desesperada de escapar, acelerou a moto, foi perseguido e baleado. Mas um detalhe improvável salvou sua vida: uma vasilha de marmita que ele carregava na mochila. Agora, traumatizado com a violência que quase lhe custou a vida, Átila planeja se mudar para um lugar mais seguro.

Um assalto que virou uma caçada

O crime aconteceu nas proximidades do Parque das Bromélias. Átila seguia sua rotina como de costume, acompanhando o carro onde estava sua esposa, quando notou a aproximação dos assaltantes.

“Eles gritaram ‘bora, desgraça, desce da moto’. Na hora, meu coração disparou. Quando percebi que eles não estavam atrás do carro da minha esposa, decidi fugir”, relata.

Os criminosos, no entanto, não desistiram tão facilmente. Uma perseguição teve início e, em poucos segundos, disparos foram efetuados contra Átila. Um dos tiros atravessou sua mochila, acertou a vasilha de marmita e, com o impacto reduzido, atingiu suas costas sem causar ferimentos graves.

“Foi coisa de Deus. Faltou muito pouco para o tiro não pegar na minha coluna. Se tivesse desviado um centímetro, poderia estar paraplégico agora”, conta o barbeiro, ainda em choque.

O socorro e o impacto do trauma

Depois do tiro, Átila conseguiu desviar para uma comunidade próxima, onde foi amparado por moradores. “Foi um apagão. Meu corpo entrou em modo automático. Gritei por socorro, e as pessoas vieram me ajudar. Lembrei de ligar para minha esposa, que já estava desesperada”, recorda.

Ele foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Itinga e, posteriormente, transferido para o Hospital Geral Menandro de Faria, em Lauro de Freitas. Após passar por exames e ficar em observação, recebeu alta no domingo (30).

“Nunca passei por nada parecido. Nunca precisei fugir de um assalto assim, e mesmo sem experiência, consegui escapar. Foi um milagre. Agora, tudo que penso é em me mudar para um lugar mais seguro”, desabafa.

Um futuro incerto

Para Átila, que completa um ano de casado em abril, a sensação de insegurança se tornou insuportável. O trajeto que fazia todos os dias para o trabalho se transformou em um caminho de medo. “Não quero mais passar por isso. Sei que essa região é perigosa, mas quando acontece com a gente, a ficha cai de verdade. Agora, minha prioridade é garantir minha segurança e da minha família”, finaliza.