Um homem foragido da Justiça desde 2007 conseguiu algo surpreendente: foi aprovado em um concurso para investigador da Polícia Civil de São Paulo, passando até mesmo pela fase de investigação social. Essa etapa é fundamental no processo seletivo, pois avalia se o candidato tem um histórico compatível com a função, analisando antecedentes criminais, envolvimento com atividades ilícitas e até vínculos com criminosos. No entanto, segundo a Polícia Civil, como sua condenação ainda não havia transitado em julgado, ele não poderia ser automaticamente eliminado do concurso.
De acordo com uma reportagem do UOL, Cristiano Rodrigo da Silva, de 40 anos, teve um desempenho relevante no concurso. Ele alcançou 52 pontos no exame escrito, com destaque para a prova de noções de direito, onde obteve 17 pontos. Além disso, somou 13 pontos em língua portuguesa, 11 em criminologia, 6 em lógica e 5 em noções de informática.
Mas sua jornada foi interrompida de forma inesperada. No dia 10 de março, Cristiano compareceu à Academia da Polícia Civil, no Butantã, para realizar a prova oral. No entanto, ao chegar, foi preso por conta de um mandado de prisão preventiva que estava ativo havia 17 anos.
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Cristiano era procurado desde 2007 por homicídio e roubo. Em novembro de 2006, ele e um comparsa teriam cometido um crime brutal: disfarçados de policiais civis, abordaram o comerciante José Roberto Nogueira Ferreira, roubaram seu veículo e o levaram até Mairiporã, onde a vítima foi executada com tiros na cabeça. O carro foi incendiado logo depois. Enquanto o comparsa foi preso e condenado a quase 15 anos de prisão, Cristiano conseguiu fugir e permaneceu foragido até ser capturado no concurso.
Agora, ele aguarda novas audiências e pode ser julgado ainda este ano. A Polícia Civil de São Paulo reforçou que, conforme o entendimento do Supremo Tribunal Federal, candidatos só podem ser eliminados nessa fase do concurso se houver uma sentença condenatória definitiva. Como Cristiano foi descoberto e preso antes de concluir as etapas do processo seletivo, ele acabou desclassificado.
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