Lindemberg vive com medo do pai de Eloá e relata pesadelos aterrorizantes na prisão

A cada nova saída temporária da penitenciária de Tremembé (SP), Lindemberg Alves carrega um medo que o acompanha desde 2008: o de cruzar com o pai de Eloá Pimentel, a adolescente que ele assassinou.

De capuz, máscara e óculos escuros, ele tenta se misturar entre as pessoas nas ruas. Mas o disfarce não é para escapar de olhares curiosos — é para evitar um encontro com Everaldo Pereira dos Santos, o “Amarelo”, ex-cabo da Polícia Militar de Alagoas e pai da jovem morta.

Condenado por participar de um grupo de extermínio, Everaldo tem um passado marcado pela violência e ficou anos foragido antes de ser preso.

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O passado que se reencontra

O jornalista Ullisses Campbell revela, em seu livro Tremembé, que Lindemberg é um dos detentos mais temidos pelos próprios colegas de prisão. O crime cometido contra uma adolescente o colocou entre os mais desprezados — até mesmo entre criminosos.

Por isso, ele teme tanto ser atacado por outros presos quanto sofrer uma vingança direta de Everaldo, que, ironicamente, vive hoje no mesmo conjunto habitacional onde mora a mãe de Lindemberg, em São Paulo.

Quem é Everaldo “Amarelo”

O pai de Eloá tem uma ficha criminal extensa. Ex-policial militar, Everaldo foi apontado como integrante de um grupo de extermínio formado por PMs em Alagoas e condenado por assassinatos brutais, incluindo o de um delegado e seu motorista.

Em 1993, ele também foi acusado de matar a ex-mulher, Marta Lúcia Alves Vieira, encontrada degolada e queimada em um canavial.

Durante o sequestro de Eloá, em 2008, Everaldo foi reconhecido por policiais alagoanos enquanto aparecia nas imagens de TV, desmaiado diante do prédio onde a filha era mantida refém. O “pai desesperado” das transmissões ao vivo era, na verdade, um foragido da Justiça.

Pesadelos e culpa

Em relatórios psicológicos da penitenciária, Lindemberg revelou viver atormentado por pesadelos com o pai da jovem. Em um deles, ele sonha estar algemado em um canavial em chamas, cercado por homens encapuzados e fardados.

Entre eles surge Everaldo, mascarado e empunhando um facão. Ao lado dele, Eloá aparece e ordena: “Faça o que você me prometeu, meu pai.” O sonho termina com a decapitação do assassino.

Esses relatos reforçam o temor de Lindemberg por um possível acerto de contas — algo que, segundo ele, o impede até de sair de casa durante o dia nas saídas temporárias.

O crime que chocou o Brasil

Em outubro de 2008, Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, foi mantida refém por cem horas no apartamento onde morava em Santo André (SP). O sequestrador era seu ex-namorado, Lindemberg Alves, inconformado com o fim do relacionamento.

Durante o sequestro, transmitido ao vivo pela TV, Eloá acabou morta e sua amiga Nayara Rodrigues ferida. O caso revelou falhas graves nas negociações policiais e marcou a história criminal do país.

Condenado inicialmente a 98 anos e 10 meses, Lindemberg cumpre atualmente pena de 39 anos em regime semiaberto, com bom comportamento, estudando e participando de cursos dentro do sistema prisional.

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