Empresas Baianas oferecem o 6º menor salário do Brasil, revela IBGE

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Empresas Baianas oferecem o 6º menor salário do Brasil, revela IBGE

Segundo uma recente pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as empresas situadas na Bahia oferecem, em média, o sexto menor salário do Brasil. Este dado revela um panorama econômico que reflete não apenas a realidade do mercado de trabalho local, mas também aponta para desafios específicos enfrentados pela economia baiana.

O levantamento revela que o salário médio mensal pago aos trabalhadores assalariados no setor empresarial da Bahia em 2022 era de R$ 2.839,60, inferior à média nacional de R$ 3.542,19. Até hoje, os baianos se queixam dos baixos salários. “Não estamos falando de luxo, mas do básico. O básico sem considerar lazer, cultura e descanso, que se tornam um luxo e privilégio para poucos que podem morar, comer e almejar isso”, lamenta Sabrina.

Empresas Baianas Oferecem o 6º Menor Salário do Brasil, Revela IBGE

Vinícius Correia, de 25 anos, que trabalha como repositor em uma empresa do setor alimentício, ganha um salário superior à média das empresas do setor em Salvador, mas ainda bem abaixo da média estadual. “Dá para sobreviver, no máximo. Não me sinto satisfeito”, afirma.

Em 2022, a Bahia tinha 469.986 unidades locais de empresas formais, um aumento de aproximadamente 75% em relação a 2021, quando havia 268.684 unidades. Essas empresas empregavam 2.978.368 pessoas, das quais 549.064 eram proprietárias ou sócias, e 2.429.304 eram assalariadas. Em todos esses indicadores, o estado apresentava o sétimo maior contingente do Brasil e o maior das regiões Norte e Nordeste.

A Bahia também representava 4,4% das 10.607.102 unidades locais de empresas formais do Brasil, com São Paulo liderando com 3.539.337 unidades, seguido por Minas Gerais (1.002.497) e Paraná (796.413). Em relação ao número de empregados, a Bahia tinha 4,7% do total nacional, com São Paulo (18.391.352), Minas Gerais (6.432.111) e Rio de Janeiro (5.053.987) liderando.

Mesmo com o aumento no número de empresas, os baixos salários permanecem uma questão. Isso se deve, em parte, ao excesso de demanda por emprego e à baixa qualificação da mão de obra. Mariana Viveiros, supervisora de informação do IBGE na Bahia, explica: “A Bahia tem uma grande oferta de mão de obra, com muitas pessoas procurando trabalho. Temos uma alta taxa de desocupação, o que favorece a redução dos salários, devido à maior demanda que oferta”.

Guilherme Dietze, consultor econômico da Fecomércio-BA, destaca o contexto econômico do Nordeste como outro fator. Segundo o Cempre 2022, os nove estados da região ocupam as últimas posições no ranking de salários médios no setor empresarial, com Paraíba (R$ 2.636,51), Alagoas (R$ 2.645,65) e Piauí (R$ 2.781,60) tendo os menores valores do país.

“O Nordeste tem uma renda média baixa, é uma região relativamente mais pobre, com menor nível educacional e muitos beneficiários de programas sociais, resultando em baixa produtividade e escolaridade”, aponta Dietze.

Mariana Viveiros acrescenta que a predominância do setor terciário, com poucas oportunidades em outros setores, limita os salários mais altos. Na Bahia, o menor salário médio é no setor de atividades administrativas e serviços complementares (R$ 1.659,99).

Desigualdade Regional

A desigualdade regional também é um elemento importante. A Bahia, como muitos outros estados do Nordeste, historicamente enfrenta desafios socioeconômicos que influenciam o mercado de trabalho. Regiões menos desenvolvidas tendem a oferecer salários mais baixos, refletindo a disparidade econômica entre o interior e a capital, Salvador, que, embora seja um centro econômico significativo, não consegue compensar totalmente os baixos salários nas regiões mais pobres do estado.

A Junta Comercial do Estado da Bahia, responsável pelo registro de atividades empresariais, foi procurada para comentar o assunto, mas não respondeu até o fechamento desta matéria.

O dado revelado pelo IBGE sobre os baixos salários na Bahia destaca a necessidade de ações coordenadas para transformar o cenário econômico do estado.

Com investimentos estratégicos em educação, infraestrutura e inovação, é possível criar um ambiente mais favorável ao desenvolvimento econômico sustentável, aumentando a oferta de empregos de qualidade e melhorando a remuneração média dos trabalhadores baianos.

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