Dono de ferro-velho investigado por morte de funcionários é preso em Salvador

O empresário Marcelo Batista, que é investigado pelo duplo homicídio de funcionários que trabalhavam em seu ferro-velho, foi preso nesta terça-feira (26) em Salvador. De acordo com a polícia, o mandado de prisão tem relação com tentativa de homicídio contra três pessoas, duas delas ex-funcionários de sua empresa, que foram alvos de disparos de arma de fogo. Elas conseguiram escapar do ataque.

A prisão preventiva foi decretada na segunda-feira (25). Marcelo Batista foi localizado em um ferro-velho no bairro de Pirajá, em Salvador, durante ação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

O empresário é investigado pelo duplo homicídio de Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento, de 24 anos, e Matusalém Lima Muniz, de 25, desaparecidos desde 4 de novembro de 2024. Conforme apontam as investigações, as vítimas teriam sido torturadas e mortas no galpão do estabelecimento onde o suspeito foi preso. Os corpos seguem desaparecidos.

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Depois de passar sete meses foragido, Marcelo Batista se entregou à polícia em junho deste ano. O empresário foi liberado por decisão do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). A defesa do acusado entrou com um pedido de liberdade provisória logo depois de apresentá-lo. O juiz Vilebaldo José de Freitas Pereira concedeu a liberdade ao empresário argumentando que ele entregou o passaporte e formalizou um pedido de desculpas, mostrando ‘arrependimento’ e ‘respeito ao Judiciário’.

A decisão impôs a Marcelo medidas cautelares como uso de tornozeleira eletrônica, compromisso de comparecer mensalmente em juízo, manter endereço atualizado, sem se ausentar do distrito da culpa, comparecer a sessão de julgamento do júri, se até lá chegar o processo, e não frequentar bares e nem se ausentar da comarca sem prévia autorização judicial.

Relembre o caso

Os ex-funcionários Paulo Daniel e Matusalém Silva desapareceram após saírem de suas casas para trabalhar no ferro-velho de Marcelo Bastista, localizado no bairro de Pirajá. Antes de desaparecerem, eles foram acusados pelo dono do empreendimento por furto de alumínio. Considerado suspeito dos assassinatos, o empresário foi procurado pela polícia durante sete meses.

Familiares dos dois jovens contaram ao CORREIO que ambos começaram a trabalhar no local três semanas antes de desaparecer. O trabalho, no entanto, não tinha vínculo empregatício formal e os dois nunca tinham comentado sobre situações de violência envolvendo o dono da empresa. A única reclamação era sobre as condições de trabalho.

Quatro dias depois do desaparecimento dos funcionários, a polícia entrou no ferro-velho para procurá-los após cães farejadores indicarem que Paulo Daniel estava no local antes de desaparecer. Três dias depois das buscas, a Polícia Civil pediu a prisão de Marcelo e a fuga do empresário foi iniciada. Em janeiro, pelo menos dois policiais militares foram presos acusados de envolvimento no desparecimento e morte dos funcionários.

Marcelo Batista responde a ao menos nove processos que estão em tramitação na Justiça do Trabalho. Outros 60 foram arquivados. As acusações abordam descumprimento de pagamento de salário, horas extras, assédio sexual e tortura. Os crimes teriam sido cometidos dentro do estabelecimento em Pirajá.

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