Um vídeo publicado nas redes sociais levantou um debate acalorado no mundo inteiro. O influenciador norte-americano Bobby Yearick filmou o momento em que empurra o próprio filho, de apenas 7 anos, de um penhasco em Washington, nos Estados Unidos. Segundo ele, a intenção era ajudar a criança a superar o medo de altura. No entanto, a cena dividiu opiniões e gerou revolta.
Nas imagens, o menino aparece hesitante na beira do penhasco, claramente nervoso. Mesmo após várias tentativas sem sucesso de pular sozinho, o pai decide empurrá-lo. A criança cai na água — o salto foi feito de uma altura considerável, mas Bobby afirma que tudo era seguro e supervisionado, com o uso de equipamentos adequados.
Apesar da justificativa, muitos internautas se mostraram indignados. Comentários nas redes sociais acusam o pai de negligência e até abuso psicológico, criticando a exposição desnecessária da criança a uma situação de extremo estresse apenas por likes e visualizações.
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O que dizem os especialistas?
Especialistas em saúde mental e desenvolvimento infantil alertam para os riscos desse tipo de exposição forçada.
A psicóloga Melanie Klein, da Universidade de Columbia, foi direta:
“Forçar uma criança a enfrentar um medo dessa forma pode gerar trauma duradouro e prejudicar a relação de confiança com os pais.”
Já o neurocientista Philip Zimbardo, conhecido por suas pesquisas sobre comportamento humano, explica que o medo tem uma função natural e importante:
“Medos não devem ser ridicularizados, mas compreendidos. Quando uma criança é exposta de forma brusca a algo que a apavora, o cérebro pode ativar respostas intensas de estresse, com impactos emocionais duradouros.”
Reações nas redes: apoio ou reprovação?
O vídeo dividiu opiniões. Enquanto alguns usuários elogiaram o pai por “ensinar o filho a ser corajoso”, a grande maioria criticou duramente a atitude.
Comentários como “isso não é educação, é violência disfarçada” e “o menino claramente não estava pronto” ganharam força entre os usuários.
E a lei, o que diz?
Até o momento, nenhuma autoridade norte-americana se manifestou oficialmente sobre o caso, mas especialistas em direito da infância já levantam um alerta.
A advogada Karen Willis, especialista em direitos da criança e do adolescente, declarou em entrevista ao jornal The Guardian:
“Qualquer situação em que uma criança seja exposta a risco físico ou emocional pode ser avaliada como negligência ou até abuso. É dever dos pais proteger, e não forçar.”
O limite da exposição infantil na era digital
O caso Bobby Yearick reabre uma discussão urgente: qual é o limite ético da exposição de crianças em conteúdos digitais? Até que ponto pais influenciadores podem ir em nome do entretenimento e engajamento?
Cada vez mais crianças estão virando protagonistas de vídeos que, muitas vezes, envolvem riscos físicos ou emocionais. Especialistas defendem que a prioridade deve ser sempre o bem-estar da criança — e não o número de curtidas ou seguidores.
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