Um episódio incomum surpreendeu moradores e especialistas em Florianópolis. Dois pescadores localizaram, nas águas da Praia de Naufragados, no sul da ilha, uma estrutura biológica que chamou atenção: tratava-se de uma placenta de baleia, um achado raro mesmo em áreas litorâneas.
O encontro foi registrado em vídeo e rapidamente ganhou repercussão nas redes sociais. Segundo os pescadores, o órgão foi encontrado em uma parte mais profunda da praia, enquanto se afastavam da faixa de areia em busca de peixes. Ao perceberem que se tratava de algo incomum, usaram uma vara de pesca para puxá-lo até o barco. Após avaliarem o material, decidiram devolvê-lo ao mar.
Raridade biológica com papel fundamental na natureza
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A bióloga marinha Dani Abras, especialista em cetáceos, explicou que encontrar uma placenta de baleia é extremamente raro. Ela afirma que o órgão, que conecta mãe e filhote durante toda a gestação, pode ultrapassar cinco metros de comprimento. No caso de espécies como a baleia-jubarte, o filhote nasce com cerca de quatro metros de comprimento, envolto por esse tecido durante os 11 meses de gestação. Veja vídeo:
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Assim como ocorre com os humanos, a placenta é expelida após o parto. Por se tratar de um órgão rico em nutrientes, ela pode servir como alimento para diversos animais marinhos, como peixes e aves, caso permaneça no ambiente natural.
Origem pode ser de baleia-jubarte ou baleia-franca
Com base na região do achado, a bióloga aponta que a placenta pode ter vindo de uma baleia-franca — espécie comum no sul do Brasil — ou até mesmo de uma jubarte, que também costuma frequentar essas águas em determinadas épocas do ano.
O que fazer em situações como essa?
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) alerta que restos de animais marinhos, vivos ou mortos, não devem ser tocados ou removidos por civis. Apenas profissionais autorizados, com licença Sisbio emitida pelo ICMBio, têm permissão para recolher esse tipo de material. O manuseio inadequado pode trazer riscos à saúde humana e também configura infração ambiental, com possibilidade de multa, conforme prevê o Decreto 6.514/2008.
Caso alguém se depare com situações semelhantes, a orientação é acionar órgãos ambientais locais ou projetos de monitoramento de praias. Em último caso, se não houver como notificar uma instituição, o mais indicado é deixar o material no local, permitindo que ele cumpra sua função ecológica.
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