Na manhã desta quarta-feira (16), familiares de detentos custodiados no Complexo Penitenciário Lemos Brito, em Salvador, realizaram uma manifestação em frente à unidade. O protesto, segundo os organizadores, foi motivado por uma série de mortes ocorridas dentro do presídio, que estaria sob a responsabilidade da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização da Bahia (Seap).
A advogada Desirée Ressutti, que acompanha o caso, explicou ao portal BNews os motivos da mobilização. “Estamos aqui para denunciar as mortes e a falta de assistência médica nas unidades da Mata Escura. A Seap sempre divulga que os internos morreram após receber atendimento, mas sabemos que não é o que ocorre. As mortes acontecem por omissão e negligência”, afirmou.
Camila Reis, representante de familiares da massa carcerária, reforçou a denúncia. “A justificativa costuma ser de morte natural ou suicídio, mas a realidade é outra. Tivemos um caso em que o interno morreu após sofrer um choque elétrico em um bebedouro sem manutenção”, relatou.
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Questionada sobre os laudos periciais que comprovem a causa das mortes, a advogada Ressutti afirmou que os documentos não são disponibilizados às famílias. “Não há transparência. No dia 24 de dezembro, por exemplo, três internos morreram no Conjunto Penal Masculino. A versão oficial dizia que um deles teria distribuído cocaína, o que teria causado reações. Mas, após acesso a vídeos de dentro do pátio, ficou evidente que houve omissão por parte dos monitores, que assistiram a um dos internos passar mal e não prestaram socorro”, declarou.
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Procuramos a Seap para esclarecer as denúncias, mas ainda não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestação do órgão. Enquanto isso, familiares cobram providências e mais rigor no controle das condições de vida dentro do sistema prisional baiano.
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