Um caso de extrema gravidade chocou a cidade de Itaperuna, no noroeste do Rio de Janeiro, nesta semana. Um adolescente de 14 anos confessou à Polícia Civil ter assassinado o pai, a mãe e o irmão caçula, de apenas 3 anos. Os corpos foram encontrados dentro da cisterna da casa da família, após o jovem ter inicialmente procurado a delegacia acompanhado da avó para denunciar o desaparecimento dos familiares.
Segundo o delegado Carlos Augusto Guimarães, que está à frente das investigações, a versão apresentada pelo adolescente logo levantou suspeitas. Ele alegou que os pais haviam saído com o irmão para levá-lo ao hospital, após o menino supostamente engasgar com um caco de vidro. No entanto, ao chegarem à residência, os agentes da Polícia Civil se depararam com uma grande quantidade de sangue, incompatível com o relato fornecido.
Diante das evidências encontradas na cena, o jovem acabou confessando o crime. Segundo o depoimento, ele utilizou a arma de fogo do pai — que ficava guardada sob o colchão — para executar as três vítimas com tiros na cabeça enquanto dormiam. Em seguida, arrastou os corpos até a cisterna da residência e os escondeu no local.
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De acordo com o delegado, os corpos já estavam em avançado estado de decomposição quando foram retirados pela perícia e encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML). A motivação, ainda que chocante, foi descrita como “fútil”. O adolescente declarou que cometeu os crimes porque os pais não aceitavam um relacionamento virtual que ele mantinha com uma menina do Mato Grosso, com quem começou a se comunicar aos oito anos de idade por meio de jogos online, como Fortnite.

No depoimento, o adolescente também afirmou que matou o irmão para que ele não sofresse com a ausência dos pais. O caso está sendo tratado como triplo homicídio qualificado, com agravantes como a impossibilidade de defesa das vítimas — que foram mortas enquanto dormiam — e a motivação desproporcional.
As vítimas foram identificadas como Antônio Carlos Teixeira e Ana Flávia de Oliveira Freitas Teixeira. O nome da criança não foi divulgado pelas autoridades. Segundo a polícia, o adolescente permaneceu calmo durante todo o depoimento e não demonstrou sinais de arrependimento.
Testemunhas próximas à família estão sendo ouvidas pela Polícia Civil, e o inquérito segue em andamento. Exames detalhados serão realizados no IML para determinar a quantidade de disparos e outras circunstâncias do crime.
O caso levanta sérias discussões sobre saúde mental na adolescência, segurança no acesso a armas dentro do ambiente doméstico e os perigos que podem surgir em relações online não supervisionadas. A comoção tomou conta da cidade, enquanto vizinhos e conhecidos tentam compreender o que teria levado um adolescente a cometer um ato tão extremo contra a própria família.
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