Criminosos usavam rostos falsos para abrir contas em bancos e agora são investigados

Uma sofisticada rede de estelionatários digitais foi desmantelada nesta quarta-feira (18), em Salvador e na localidade de Barra do Jacuípe, na Região Metropolitana, durante uma operação coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC). O grupo é acusado de usar tecnologia avançada para criar identidades falsas e fraudar bancos, causando prejuízos significativos às instituições financeiras.

O esquema funcionava com a falsificação de carteiras de identidade aliada a recursos tecnológicos de manipulação de imagem, como o deepfake — técnica baseada em inteligência artificial que permite alterar rostos em vídeos e fotos, enganando sistemas de reconhecimento facial.

Como funcionava o golpe?

Com documentos forjados e rostos artificiais criados digitalmente, os criminosos conseguiam abrir contas bancárias em nome de terceiros, muitas vezes usando dados de pessoas reais sem o conhecimento delas. Uma vez abertas as contas, o grupo acessava créditos pré-aprovados ou realizava transações fraudulentas, movimentando grandes somas de dinheiro.

Participe do nosso grupo de notícias no WhatsApp: Quero Participar

Durante o cumprimento dos mandados, um dos suspeitos foi preso em flagrante com um verdadeiro arsenal do crime digital. Na residência onde ele foi localizado, os investigadores encontraram 136 cédulas de identidade falsificadas, 11 maquinetas de cartão, 20 cartões bancários em nome de outras pessoas, nove celulares, 110 chips, uma impressora e um notebook.

Operação em bairros de Salvador

As ações da polícia civil ocorreram em bairros estratégicos da capital, como Matatu e Coutos, além de Barra do Jacuípe, onde os envolvidos mantinham base operacional. Segundo o delegado Thomas Galdino, diretor do DEIC (Departamento Especializado de Investigações Criminais), a operação é mais uma resposta às novas formas de fraude digital que vêm crescendo no país.

“Essa ação mostra o compromisso da Polícia Civil com o combate qualificado aos crimes cibernéticos, que hoje se valem de tecnologia de ponta para enganar instituições e lesar cidadãos”, afirmou o delegado.

O que é o deepfake?

O termo “deepfake” pode soar distante da realidade de muita gente, mas já é uma ferramenta amplamente utilizada por criminosos digitais. A técnica consiste na criação de vídeos ou imagens com rostos que imitam pessoas reais, por meio de algoritmos de inteligência artificial. Com esse recurso, o golpista se passa visualmente por outra pessoa em processos de verificação facial, burlando os sistemas de segurança de bancos, fintechs e outras plataformas.

Impacto financeiro e risco social

Além de causar prejuízos aos bancos, esse tipo de golpe compromete a segurança dos dados de cidadãos comuns, cujas informações são usadas indevidamente. Muitas vezes, as vítimas só descobrem que tiveram o nome envolvido em fraudes quando já estão negativadas ou enfrentando cobranças injustas.

As investigações continuam para identificar outros membros do grupo e rastrear o caminho do dinheiro obtido com os golpes. A polícia não descarta a possibilidade de que os suspeitos façam parte de uma rede nacional de fraudes digitais, conectada a esquemas semelhantes em outros estados.

Denúncia e proteção

A orientação das autoridades é que qualquer pessoa que perceba movimentações suspeitas em seu nome, como contas bancárias desconhecidas ou consultas de crédito indevidas, procure a polícia e registre o caso. Além disso, é importante manter os dados pessoais protegidos e não compartilhar documentos ou fotos em sites não confiáveis.

Compartilhe

📱 Participe do nosso grupo no WhatsApp e receba as notícias em tempo real:

Grupo do WhatsApp

📸 Não perca nenhuma atualização! Siga-nos no Instagram:

Coruja News no Instagram

© Todos os direito reservados ao Coruja News! Não é permitido cópia!