A proximidade entre Caetano Veloso e Preta Gil sempre foi evidente para o público. O que poucos sabiam, porém, é que esse vínculo não nasceu apenas da amizade entre Caetano e Gilberto Gil — mas de um parentesco construído por décadas de convivência familiar.
Preta era considerada sobrinha de Caetano, não por laços de sangue, mas por afinidade e história. O cantor baiano foi casado por quase 20 anos com Dedé Gadelha, irmã de Sandra Gadelha, mãe de Preta. Ou seja, durante esse período, Preta e Moreno Veloso, filho de Caetano e Dedé, cresceram como primos. Mesmo após o fim do casamento, em 1986, Caetano nunca se afastou da família Gil e manteve a relação afetuosa com Preta, a quem chamava publicamente de “minha sobrinha preferida”.
Após a morte da artista, ocorrida no dia 20 de julho, Caetano publicou um depoimento emocionado nas redes sociais. Ele relembrou com carinho os laços afetivos que uniam suas famílias e citou uma canção escrita por Gilberto Gil que falava justamente da relação entre os filhos dos dois artistas — Moreno e Preta. “Pretinha se foi aos 50. Choro desde que soube. Ela era uma das pessoas mais queridas para mim, desde criancinha”, escreveu. “Veio muito em minha cabeça a minicanção de Gil sobre Moreno e ela. Muito difícil aguentar. Penso em Gil. Penso em todos. Nem consigo dizer o que sinto.”
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Preta Gil enfrentava um câncer no intestino desde o diagnóstico, em janeiro de 2023. Buscava um tratamento experimental em Nova York quando teve o quadro de saúde agravado. Faleceu durante o processo de retorno ao Brasil.
A cerimônia de despedida aconteceu na última sexta-feira (25), no Rio de Janeiro, com cremação realizada no Cemitério da Penitência. O velório foi marcado por homenagens emocionadas e pela presença de familiares, amigos próximos e fãs da cantora — todos unidos por um sentimento comum: a saudade de uma mulher que, além de artista, foi um elo afetivo para tantas pessoas ao seu redor.
O depoimento de Caetano Veloso revela não apenas a dor de um tio simbólico, mas também a profundidade dos laços que se constroem com afeto, memória e convivência. Preta, para ele, foi muito mais do que uma colega de profissão ou parente por afinidade — foi parte de sua própria história.
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