Salvador lidera ranking nacional de mortes violentas e acende alerta sobre segurança pública na Bahia
A frase “Salvador está virando o Rio de Janeiro” tem sido repetida com frequência nas conversas de moradores preocupados com a escalada da violência. Mas os dados mais recentes revelam uma realidade ainda mais grave: a capital baiana não só se compara ao Rio, como já ultrapassa — com folga — os índices da cidade fluminense em número de mortes violentas.
Segundo o Anuário de Segurança Pública de 2025, Salvador registrou, ao longo de 2024, uma taxa de 52 mortes violentas por 100 mil habitantes — mais que o dobro da taxa do Rio de Janeiro, que ficou em 20,4. Em números absolutos, Salvador teve 1.335 mortes violentas, contra 1.375 da capital fluminense. O que chama atenção é a diferença populacional: com 2,2 milhões de moradores, Salvador se aproxima dos números do Rio, que tem quase três vezes mais habitantes (6,2 milhões).
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Com esse índice, Salvador lidera entre as capitais brasileiras em taxa de violência letal. Logo atrás vêm Macapá (44,3), Recife (39,1), Maceió (38,6) e Porto Velho (36,5) — todas do Norte e Nordeste, reforçando a concentração geográfica da violência extrema no país.
Outro dado sensível: 420 pessoas foram mortas por intervenção de agentes de segurança pública em Salvador no ano passado. Ainda que o número seja inferior ao registrado em 2023 (457), revela a força da letalidade policial no cenário urbano. Por outro lado, quatro agentes de segurança morreram em serviço, repetindo o número do ano anterior.
A situação da Bahia não se restringe à capital. O estado tem, pelo terceiro ano seguido, cinco municípios entre os 10 mais violentos do Brasil, segundo o critério de mortes violentas por 100 mil habitantes. São eles:
- Jequié – 2º lugar nacional
- Juazeiro – 3º
- Camaçari – 4º
- Simões Filho – 7º
- Feira de Santana – 10º
A recorrência dessas cidades no ranking reforça o cenário de crise. Esses dados acendem um sinal de alerta não só para a população, mas para as autoridades públicas. Especialistas apontam a necessidade urgente de políticas de segurança integradas, que envolvam desde o combate ao crime organizado até investimentos estruturais em educação, geração de emprego e mediação de conflitos urbanos. O atual quadro da Bahia é um retrato explícito da desigualdade, da ausência do Estado e da falta de uma resposta consistente à violência crônica que se alastra por diversas regiões do país.
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