Alvo de uma operação da Polícia Civil, o vereador Ailton Leal (PT), de Santo Estêvão, no Centro-Norte da Bahia, foi preso nesta quarta-feira (24). A investigação aponta que ele administrava um posto de combustíveis utilizado como fachada em um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico de drogas.
No segundo mandato como parlamentar, Ailton, de 45 anos, é professor de Educação Física e figura conhecida no meio esportivo da cidade. Já comandou a Liga Desportiva Santoestevense entre 2017 e 2018 e costumava atuar como árbitro em partidas de futebol amador. Sua trajetória política sempre esteve associada ao incentivo ao esporte.
De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o vereador foi eleito pela primeira vez em 2020 e reeleito em 2024, ambos os pleitos pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Na última declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral, informou possuir cerca de R$ 154 mil, sendo R$ 99 mil em contas bancárias e um veículo HB20, ano 2019, avaliado em R$ 55 mil.
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Casado e natural de Castro Alves, no Recôncavo Baiano, Ailton ainda não se pronunciou publicamente sobre o caso. A reportagem não conseguiu contato com o parlamentar, mas o espaço permanece aberto para manifestação.
O foco da investigação
A prisão de Ailton faz parte de uma operação que resultou em dez detenções. O posto de combustíveis administrado por ele foi considerado peça central no esquema investigado, recebendo multa e ordem de fechamento. A Polícia Civil informou que o empreendimento era usado para simular transações legais, ocultando recursos provenientes do tráfico.
Além da lavagem de dinheiro, a Secretaria da Fazenda da Bahia (Sefaz) apura indícios de sonegação fiscal. Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos cerca de R$ 18 mil em espécie, além de cheques, contratos e documentos.
Outro vereador também é investigado por ligação com o grupo. Em Jaguarari, no Norte da Bahia, a polícia cumpriu mandado de busca em um imóvel vinculado a ele, apreendendo celulares e papéis considerados relevantes para o caso.
O esquema bilionário
As investigações começaram em 2023 e apontam a existência de um esquema estruturado de movimentação financeira ilícita, que utilizava empresas de fachada e contas em nome de terceiros para mascarar o destino do dinheiro. A Polícia Civil estima que o grupo criminoso tenha movimentado mais de R$ 4,3 bilhões.
Segundo a apuração, Ailton seria irmão de um traficante considerado de alta periculosidade, morto em confronto com a polícia em 2017. Essa ligação reforça a suspeita de que sua atuação política e empresarial tenha servido de cobertura para os negócios ilícitos da família.
Contexto político e impacto local
A prisão de Ailton Leal gera impacto imediato na política de Santo Estêvão. Conhecido por sua atuação no esporte e pelo contato direto com a população, o vereador era visto como uma das lideranças emergentes da região. A revelação de seu suposto envolvimento em um esquema de proporções bilionárias levanta questionamentos sobre mecanismos de fiscalização eleitoral e patrimonial, além de reforçar o debate sobre a influência do crime organizado em esferas institucionais.
A Câmara Municipal de Santo Estêvão ainda não se pronunciou oficialmente sobre a prisão. O caso segue em investigação e pode resultar em novos desdobramentos políticos e jurídicos.
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