Em uma das histórias mais curiosas e intrigantes registradas recentemente na Índia, uma mulher russa e suas duas filhas pequenas foram encontradas vivendo em uma caverna remota nas colinas de Gokarna, no estado de Karnataka. O trio vivia em total isolamento há anos, até ser localizado por policiais que patrulhavam a região.
Nina Kutina, de 40 anos, identificada também pelo nome espiritual Mohi, foi encontrada com as filhas Prema, de 6 anos, e Ama, de 4, em um abrigo improvisado construído dentro de uma caverna rochosa. A descoberta aconteceu em 9 de julho, durante uma ronda policial na colina Ramatirtha, uma área de mata fechada e terreno acidentado, conhecida por sua espiritualidade e por atrair turistas e peregrinos.
A presença da família foi notada quando os policiais observaram roupas penduradas próximas à entrada da caverna. Ao se aproximarem, encontraram Nina e as meninas vivendo em condições extremamente simples, usando plásticos como cobertores e se alimentando com macarrão instantâneo. Apesar das dificuldades, as três estavam fisicamente bem.
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Segundo relatos de moradores, a família era ocasionalmente vista pela região, mas ninguém sabia que elas viviam em meio à floresta. Nina contou às autoridades que se refugiou naquele local em busca de isolamento espiritual, onde passou a se dedicar à meditação e a rituais hindus. A mulher também construiu, dentro da caverna, uma espécie de altar com um ídolo do deus Rudra, símbolo da destruição e transformação no hinduísmo.
Ainda segundo a polícia, Nina vive na Índia de forma irregular. Ela teria chegado ao país com um visto de negócios em 2017 e retornado um ano depois, permanecendo desde então sem documentação válida. A origem das filhas e a identidade do pai (ou pais) não foram reveladas, mas pelas idades, acredita-se que tenham nascido já durante esse período de reclusão.
Diante do risco de deslizamentos de terra na área, especialmente durante a temporada de chuvas, as autoridades convenceram Nina a deixar a caverna. Ela foi transferida com as filhas para um abrigo na vila de Bankikodl, administrado por uma monja respeitada da região, Swami Yogaratna Saraswati.
Até o momento, as autoridades indianas não informaram quais serão os próximos passos em relação à situação legal de Nina e das crianças. A história levanta discussões não apenas sobre questões migratórias, mas também sobre saúde mental, direitos da infância e os limites entre fé e abandono social.
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