A revolução tecnológica e a corrida pela sustentabilidade estão redefinindo o mercado de trabalho brasileiro. A transformação digital e a transição para uma nova economia não são mais previsões de futuro, mas uma realidade que já está moldando o perfil das profissões no país.
Um estudo recente do Observatório Nacional da Indústria (ONI), ligado à Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que o avanço da automação, da inteligência artificial (IA) e das práticas sustentáveis vem criando novas carreiras e competências essenciais para os próximos dez anos. O levantamento identificou 16 profissões emergentes e 34 tendências de mercado que devem se consolidar até 2035.
A principal conclusão é que funções repetitivas e operacionais tendem a desaparecer, enquanto ganham força os profissionais com pensamento analítico, domínio tecnológico e capacidade de inovação.
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Carreiras técnicas em maior ascensão
O estudo revela que o setor industrial será o epicentro das mudanças. A demanda por profissionais técnicos especializados cresce rapidamente, especialmente nas áreas ligadas à transição energética, automação e conectividade — pilares da chamada Indústria 4.0.
Essas profissões combinam tecnologia, eficiência e sustentabilidade, formando a base da nova economia. Entre as funções técnicas com maior potencial de crescimento estão:
- Técnico em Microrredes e Energias Renováveis – presente em 30% das empresas pesquisadas;
- Técnico em Cibersegurança Industrial – 25%;
- Técnico em Manufatura Aditiva (Impressão 3D) – 25%;
- Técnico em Manutenção Preditiva – 15%;
- Técnico em IIoT e Conectividade Industrial – 10%;
- Técnico em Operação de Robôs e Drones Autônomos – 10%;
- Técnico em Realidade Aumentada e Virtual – 10%;
- Técnico em Sensoriamento Remoto e Geotecnologias – 8%.
Essas funções traduzem o espírito da indústria moderna: automação, integração e eficiência. O profissional técnico do futuro será aquele capaz de operar sistemas inteligentes, monitorar processos em tempo real e aplicar soluções digitais em ambientes produtivos.
Profissões de nível superior mais requisitadas
No ensino superior, a tendência é semelhante. As carreiras mais promissoras estão ligadas à inovação tecnológica, à inteligência artificial e à sustentabilidade corporativa.
O levantamento da CNI aponta os seguintes cargos como os mais valorizados até 2035:
- Gerente de Inovação Aberta e Colaborativa – 27%;
- Gestor de Sustentabilidade e Economia Circular – 20%;
- Especialista em Gêmeos Digitais e Modelagem Virtual – 15%;
- Especialista em Governança Algorítmica e Ética Digital – 12%;
- Cientista de Dados Industrial – 12%;
- Engenheiro de Machine Learning e IA Industrial – 10%;
- Engenheiro de Edge Computing – 8%;
- Arquiteto de Soluções Blockchain para Cadeia de Suprimentos – 5%.
Essas profissões refletem a convergência entre dados, automação e responsabilidade ambiental. A indústria brasileira, segundo o estudo, caminha para um modelo em que inovação tecnológica e sustentabilidade serão indissociáveis.
As novas competências exigidas pelo mercado
Mais do que diplomas, o futuro do trabalho vai exigir habilidades cognitivas e digitais sofisticadas. O domínio técnico é importante, mas a capacidade de aprender continuamente, resolver problemas complexos e comunicar ideias com clareza será o diferencial competitivo.
Entre as competências mais valorizadas, destacam-se:
- Análise e interpretação de dados;
- Pensamento crítico e resolução de problemas;
- Aprendizagem contínua e adaptabilidade;
- Comunicação clara e eficaz;
- Raciocínio lógico e dedutivo.
Essas habilidades serão essenciais para profissionais que pretendem ocupar posições estratégicas em um ambiente cada vez mais digital e automatizado.
O desafio da educação diante das novas demandas
Apesar do avanço tecnológico, o sistema educacional brasileiro ainda enfrenta um descompasso entre a formação acadêmica e as necessidades do setor produtivo.
De acordo com Marcello José Pio, especialista em Políticas e Indústria da CNI, é urgente modernizar os currículos e aproximar as escolas técnicas e universidades das demandas da indústria. “O Brasil precisa formar profissionais que estejam preparados para o novo ciclo industrial, baseado em inovação e sustentabilidade”, afirma.
A recomendação é clara: investir em qualificação técnica e digital será determinante para garantir a competitividade da força de trabalho nacional nos próximos anos.
Um novo ciclo para o mercado de trabalho brasileiro
O estudo do ONI deixa evidente que o Brasil está diante de uma transformação estrutural no emprego e na formação profissional. À medida que a Indústria 4.0 se consolida, carreiras técnicas e digitais se tornam protagonistas, abrindo espaço para novos perfis profissionais — mais autônomos, criativos e conectados com a inovação.
Em um mercado guiado por dados e tecnologia, quem apostar em conhecimento técnico, atualização constante e sustentabilidade terá grandes chances de crescer. O futuro, ao que tudo indica, já começou — e ele será digital, colaborativo e verde.
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