Quem é Dona Maria? A mulher acusada de liderar facção criminosa na Bahia e aliada do PCC

Para familiares e amigos próximos, Jasiane Silva Teixeira, de 36 anos, parecia ser apenas mais uma mulher comum, nascida em Vitória da Conquista, Bahia. Caridosa e generosa, ela ajudava financeiramente a prima a cursar medicina no Rio de Janeiro e era zelosa com suas filhas, garantindo que nada lhes faltasse. No entanto, no submundo do crime, ela é conhecida como “Dona Maria”, uma das maiores traficantes do estado, com uma ficha criminal que inclui homicídios, tráfico internacional de drogas, falsidade ideológica e até a posse de um jatinho particular para suas operações ilícitas.

De esposa de criminoso à líder de uma facção

Jasiane começou sua trajetória no crime em 2008, quando foi presa ao lado do primeiro marido, Bruno de Jesus Camilo, conhecido como “Pezão”, por tráfico de drogas e porte ilegal de armas. Após ganhar liberdade provisória, seu nome voltou a aparecer em acusações graves, incluindo o assassinato de um agente penitenciário e a execução de rivais a mando do marido, que comandava uma facção criminosa na época.

Com a morte de Pezão em 2014, após um confronto com a polícia, Jasiane assumiu o comando da quadrilha. Sob sua liderança, o grupo passou a se chamar “Bonde do Neguinho” e ampliou suas operações, formando alianças estratégicas com facções do Rio de Janeiro e com o PCC (Primeiro Comando da Capital), consolidando seu domínio no tráfico de drogas no sudoeste da Bahia e expandindo para estados do Sudeste.

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O uso de um jatinho no tráfico internacional

Uma de suas estratégias mais ousadas foi o uso de um avião particular para transportar drogas e armas de países como Bolívia, Colômbia, Venezuela e Peru. Em 2022, a Polícia Civil interceptou uma dessas aeronaves em Vitória da Conquista, confirmando que a traficante controlava uma rede internacional de contrabando.

Prisão e negações

Jasiane foi presa em 2019 e encaminhada ao Conjunto Penal de Juazeiro, mas acabou sendo liberada por habeas corpus devido às suas responsabilidades como mãe de duas crianças. Porém, a liberdade não durou muito. Na última sexta-feira (24), ela foi novamente apreendida em São Paulo, onde estava escondida ao lado de seu companheiro, Márcio Faria dos Santos, uma das lideranças do PCC.

Em sua captura, foi trazida de volta à Bahia sob forte esquema de segurança, envolvendo equipes do Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer) e dos departamentos especializados no combate ao crime organizado.

“Não sou um monstro”, diz Jasiane

Em coletiva de imprensa após sua prisão, Jasiane negou o apelido de “Dona Maria” e as acusações que a colocam como uma das maiores traficantes do país. “Meu nome é Jasiane Silva Teixeira. Desconheço esse vulgo Dona Maria. Isso surgiu de uma brincadeira numa escuta telefônica do meu finado marido. Criaram essa fama sobre mim, mas eu não sou isso que dizem”, afirmou.

Ela também rebateu as alegações de liderança no tráfico, destacando: “Se eu fosse tudo isso, não estaria aqui, algemada. Eu não sou um monstro, eu não sou um bicho. Quero que a verdade venha à tona”.

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