Preta Gil, que morreu neste domingo (20) aos 50 anos, após uma longa e corajosa batalha contra um câncer no intestino, falava com franqueza sobre o tema da morte — e não escondia o que realmente a angustiava. Mais do que o fim da própria vida, o medo da cantora era deixar para trás os laços afetivos, em especial a neta Sol de Maria, hoje com 9 anos.
Em uma de suas últimas entrevistas, concedida ao programa Roda Viva, Preta falou abertamente sobre esse sentimento:
“Eu comecei a lidar com isso. Não tenho mais tanto medo da morte, mas ainda me assusta a ideia de não estar aqui para ver minha neta crescer.”
Para a artista, enfrentar a sepse durante o tratamento foi um divisor de águas. Mesmo sendo sempre otimista e movida pela fé, ela reconheceu que passou a encarar a possibilidade da morte de maneira mais concreta. Mas o que pesava mesmo era imaginar que não acompanharia os passos de Sol de Maria e das demais crianças que amava: seus sobrinhos, afilhados e filhos de amigos próximos.
Participe do nosso grupo de notícias no WhatsApp: 👉 Quero Participar 🔔
“Eu dizia isso para ela, coitada, tão pequena. Mas era a verdade. Eu me curei por causa dela, e por todas essas crianças. A gente quer ver crescer”, desabafou.
O afeto por Sol de Maria era algo que transbordava. Avó presente, Preta falava com orgulho do vínculo construído com a neta e de como isso deu sentido à sua luta. Ela se preocupava não só com o futuro da menina, mas com o impacto emocional de sua ausência.
A cantora deixou orientações claras sobre como gostaria de ser lembrada: com festa, música e um cortejo em trio elétrico. Seu desejo era que a despedida fosse marcada pela celebração da vida, e não apenas pelo luto da perda.
Mais do que uma artista, Preta Gil foi uma mulher que viveu intensamente os afetos, que enfrentou a doença com coragem e que deixou, como legado, a importância de falar sobre a vida e a morte com verdade, sensibilidade e amor.
Compartilhe