Pesquisar antecedentes criminais de pretendentes ajuda a evitar ciladas; saiba como se proteger

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Pesquisar antecedentes criminais de pretendentes ajuda a evitar ciladas; saiba como se proteger

Em um mundo cada vez mais interconectado e digital, a segurança pessoal e financeira tornou-se uma prioridade. Uma das maneiras eficazes de proteger-se contra possíveis problemas é pesquisar os antecedentes criminais de pessoas com quem você pretende estabelecer relações significativas, sejam elas pessoais ou profissionais. Esta prática pode ser uma ferramenta crucial para evitar situações indesejadas e garantir a segurança e o bem-estar.

Compartilhar a localização com amigos e verificar as redes sociais de um pretendente antes de um primeiro encontro são atitudes comuns hoje em dia, especialmente para mulheres. Contudo, há uma medida de precaução menos conhecida que pode revelar informações importantes sobre a vida de um possível parceiro: a pesquisa de antecedentes criminais.

Essa pesquisa pode ser realizada desde que se possuam alguns dados pessoais do pretendente. Existem pelo menos dois mecanismos de busca:

Processos judiciais


Ao acessar a página inicial do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), é possível pesquisar processos usando apenas o nome completo de uma das partes. A pesquisa é limitada — processos sob sigilo não estarão disponíveis para consulta. Além disso, a pesquisa pode retornar homônimos, por isso, quanto mais informações disponíveis, mais preciso será o filtro de respostas.

Como fazer:

  1. Acesse o site do Tribunal de Justiça
  2. Na página inicial, clique na aba de pesquisa “Consulta processual”;
  3. Selecione a opção de informação pesquisada, que pode ser “parte”, onde se pesquisa pelo nome da pessoa. Há também a opção de pesquisa por número de processos, nome de advogado, CPF ou registro na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Também é possível utilizar o Banco Nacional de Monitoramento de Prisões, que integra o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

  1. Acesse o site do CNJ e procure a aba “Pesquisa mandados”;
  2. Preencha a aba de pesquisa com informações como nome ou documentos.

Esse recurso permite verificar se há mandados de prisão contra a pessoa. Quanto mais informações disponíveis, mais preciso será o resultado.

A advogada Angela Farias sugere ainda uma terceira medida simples: pesquisar o nome completo no Google ou qualquer outro buscador. Ela considera essas ações válidas, pois a violência contra a mulher geralmente apresenta “aspectos seriais”.

“Quando um homem age de maneira violenta contra uma mulher, geralmente há outros casos similares”, afirma Angela, doutora em Gênero pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) e pesquisadora sobre feminicídio, em entrevista ao g1. Ela destaca que a violência contra a mulher costuma escalar: “Em todos os casos que pesquisei, nunca encontrei um em que o homem simplesmente se levantou, brigou e matou a mulher. A violência já vinha ocorrendo, tanto em relacionamentos anteriores como no atual. A violência é seriada”.

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Um exemplo desse comportamento foi noticiado nesta terça-feira (9): um personal trainer preso em Ilhéus, no sul da Bahia, por perseguição, ameaça e divulgação de fotos íntimas fez pelo menos três vítimas. No futuro, esses processos podem servir de alerta para mulheres que se envolvam com ele.

Outro exemplo é o advogado Paulo Roberto de Aguiar Valente Júnior, de 41 anos, preso suspeito de perseguir, ameaçar e extorquir a ex-namorada no mês passado. Três anos atrás, ele foi denunciado pela ex-mulher por ter levado o filho para um fim de semana e não devolvido. Na época, a ex-mulher relatou ter sofrido ameaças e viver uma relação abusiva com ele.

Camada extra de cuidado


Angela enfatiza que não se trata de atribuir mais uma responsabilidade às vítimas de ações criminosas, mas os índices de violência mostram que não é possível depender apenas da legislação e da segurança pública.

Pesquisar antecedentes criminais de pretendentes ajuda a evitar ciladas; saiba como se proteger

“Vivemos em uma sociedade onde a cada nove minutos, uma mulher é estuprada, e a cada 15 minutos, uma mulher sofre violência física. Apesar das leis, como a Lei Maria da Penha, serem fortalecidas, é necessário que as mulheres adotem uma postura de autoproteção.”

Os números justificam esse conselho: um levantamento feito pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia, em parceria com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), registrou 672 feminicídios entre 2017 e 2023 no estado.

Barreira contra o ‘golpe do amor’
Essas ferramentas também podem ser úteis em casos de estelionato sentimental, ou o “golpe do amor”, onde a pessoa envolve o parceiro para depois extorqui-lo, levando dinheiro e outros bens. Em abril, uma professora que foi vítima desse golpe. Ela contou ter se endividado, fazendo empréstimos de mais de R$ 150 mil, para o agora ex-namorado.

Precaução, e não preconceito


Angela antecipa que essas ferramentas podem dividir opiniões, já que o Direito prevê que ninguém será considerado culpado antes da sentença final. Porém, como especialista em violência doméstica, ela reforça a necessidade de ações extras para garantir a própria segurança.

Proteção e Precauções

Privacidade e Legalidade: Ao realizar a pesquisa, é essencial respeitar a privacidade e a legislação vigente sobre a coleta e o uso de informações pessoais. Certifique-se de que a pesquisa seja feita de maneira ética e legal.

Verificação de Fontes: Confirme a autenticidade das informações obtidas. Dados incorretos ou desatualizados podem levar a mal-entendidos e decisões erradas.

Contextualização dos Dados: Avalie os antecedentes criminais no contexto correto. Nem todos os registros são iguais, e é importante considerar a natureza dos crimes, a data de ocorrência e a evolução do indivíduo desde então.

Consultoria Profissional: Para questões mais complexas ou quando há necessidade de uma análise detalhada, considerar a ajuda de profissionais especializados, como advogados ou empresas de investigação, pode ser uma opção.

Fonte: G1

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