No ritmo acelerado dos pagamentos por aproximação, carteiras digitais e transferências instantâneas, o uso das moedas físicas tem perdido espaço no dia a dia dos brasileiros. Ainda assim, esses pequenos objetos continuam despertando curiosidade — e não é à toa.
Seja no troco do mercado ou no fundo de uma gaveta esquecida, é difícil não reparar nas diferentes bordas das moedas. Umas são lisas, outras têm ranhuras, algumas parecem até “dentes de serra”. Mas afinal, por que tanta variedade?
A resposta vai muito além do visual.
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Um pouco de história: segurança em primeiro lugar
Lá atrás, quando moedas eram feitas de metais valiosos como ouro e prata, uma prática comum e mal-intencionada chamou a atenção: as pessoas raspavam as bordas para retirar pequenas quantidades desses metais — o famoso “lucro no detalhe”.
Foi nesse contexto que surgiram as bordas serrilhadas, um recurso simples, mas extremamente eficaz. Se a moeda tivesse sido adulterada, a falta das ranhuras denunciaria o golpe. Com o tempo, essa técnica se tornou padrão de segurança em vários países, incluindo o Brasil.
No Brasil, padrão visual e funcional
Hoje, mesmo com metais menos nobres em circulação, o Banco Central segue adotando formatos variados nas bordas por um motivo estratégico: facilitar a identificação e coibir tentativas de falsificação. Cada moeda, de acordo com seu valor e função, recebe um tratamento específico — e nada é por acaso.
Além disso, o formato da borda contribui para algo essencial: acessibilidade.
Inclusão tátil: um detalhe que faz toda a diferença
Para quem tem deficiência visual, a textura da borda é um recurso vital. Através do toque, é possível distinguir valores diferentes com facilidade. Ou seja, o que parece apenas uma escolha de design é, na verdade, uma solução pensada para tornar o sistema monetário mais justo e acessível.
Design que conta história
A produção das moedas no Brasil é cuidadosamente planejada. O Banco Central considera desde a durabilidade e valor facial até o combate à falsificação e o impacto estético. Tudo isso faz com que cada moeda carregue, em seu pequeno espaço, uma série de decisões que combinam tecnologia, segurança e inclusão.
Mesmo em tempos de Pix, NFC e carteiras digitais, as moedas continuam relevantes — não apenas nas compras pequenas, mas como um retrato físico da história econômica e cultural do país.
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