Ademilson Ferreira dos Santos, padrasto de Lucas da Silva Santos, de 19 anos, confessou à polícia ter sido o responsável pela morte do jovem, ocorrida após o consumo de um bolinho de mandioca no bairro Alvarenga, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Lucas morreu no último domingo (20), dias após ter sido internado em estado grave. O crime, que inicialmente gerava dúvidas, passou a ser tratado como homicídio após o padrasto cair em contradições durante o depoimento e ter a prisão preventiva decretada na última quarta-feira (16).
Em um áudio divulgado pela Rádio CBN, Ademilson revelou ter colocado veneno no alimento servido à família. “Eu pedi para minha esposa comprar o chumbinho e ela comprou. Fui atrás de um potinho de creme de leite para os bolinhos. Coloquei o creme de leite, botei um pouco do chumbinho e coloquei na boca: cortou minha boca. Dei um pouco para o Lucas, um pouco para o Tiago e um pouco para ela [minha esposa]”, confessou.
Segundo ele, o objetivo era tirar a própria vida, mas decidiu incluir os familiares na ingestão do veneno. “Eu queria me matar. Queria acabar com a minha vida, entendeu? Dei um pouquinho pra cada um e o que mais sofreu foi o Lucas”, disse.
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O crime ocorreu no dia 11 de julho. Lucas passou mal logo após consumir o bolinho de mandioca preparado por Ademilson e foi levado em estado grave ao hospital, onde permaneceu internado até o falecimento. A polícia apura os detalhes do envenenamento e investiga se houve premeditação.
A delegada Liliane Lopes Doretto, titular do 6º Distrito Policial de São Bernardo do Campo, confirmou que Ademilson foi o responsável por preparar e servir o alimento às vítimas no dia em que Lucas adoeceu.
Além da acusação de homicídio, o caso ganhou um novo desdobramento. Segundo informações da Folha de S. Paulo, os irmãos da vítima prestaram depoimento à polícia e relataram terem sido vítimas de abuso sexual cometido pelo padrasto. Os relatos indicam que os abusos começaram ainda na infância, quando as vítimas tinham entre 4 e 9 anos de idade. Diante da gravidade das denúncias, um inquérito foi aberto para apurar os crimes sexuais atribuídos ao suspeito.
A investigação agora se divide entre dois eixos: o envenenamento que resultou na morte de Lucas e as denúncias de violência sexual contra os demais enteados. A polícia segue ouvindo testemunhas e aprofundando as diligências, enquanto Ademilson permanece preso à disposição da Justiça.
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