Você já ouviu falar de uma onça-pintada com comportamento fora do esperado? Pois foi justamente isso que chamou a atenção dos especialistas após o trágico ataque que tirou a vida do caseiro Jorge Ávalos, conhecido como “Jorginho”, de 60 anos, no Mato Grosso do Sul. A onça responsável pelo ataque foi capturada na madrugada da última quinta-feira (24) e levada ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande. Mas o que vem intrigando biólogos e autoridades ambientais vai além do ataque em si.
O motivo? O animal tem características que fogem do padrão para sua espécie. Trata-se de um macho com cerca de 9 a 10 anos de idade – o que já é considerado “avançado” para uma onça em vida livre. Ele pesa 94 quilos, abaixo do ideal para um macho saudável, e apresenta as presas desgastadas, menores do que o comum. Esses detalhes sugerem que o felino pode estar em declínio físico, o que pode ter influenciado seu comportamento agressivo.

E tem mais: ao despertar do sedativo após a captura, o animal estava extremamente agitado, rosnando com frequência e demonstrando sinais de estresse. Essa reação intensificou ainda mais a preocupação dos técnicos sobre o estado de saúde e o histórico recente da onça.
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O caso é considerado raro por especialistas, já que ataques de onças a humanos não são comuns – principalmente quando não há ameaça direta ao animal ou ao seu território. Por isso, o felino passará por uma série de exames para avaliar seu estado clínico e mental. O objetivo é tentar entender o que realmente desencadeou o ataque fatal. Estresse, escassez de alimento, ou até doenças podem estar entre os fatores.
Veja vídeo dela após ser capturada:
Agora, a onça ficará em observação por tempo indeterminado. Enquanto isso, as autoridades também estudam medidas para garantir que incidentes como esse não se repitam — inclusive o isolamento da área onde o animal foi capturado.
Afinal, o que leva um predador experiente a sair do seu comportamento natural e agir de forma tão agressiva? A resposta pode revelar muito não só sobre esse animal em específico, mas sobre o equilíbrio cada vez mais delicado entre humanos e vida selvagem no Brasil.
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