Você já imaginou uma onça-pintada — o maior felino das Américas — vagando pelo Pantanal com sinais de fraqueza, desidratação e 26 quilos abaixo do peso ideal? Pois foi exatamente isso que os veterinários encontraram após a captura do animal que matou o caseiro Jorge Avalo, em uma região conhecida como Touro Morto, no Mato Grosso do Sul.
O ataque chocou o país. Não só por ser fatal, mas por ter sido protagonizado por um animal que, em teoria, deveria estar evitando o contato humano. Três dias após a tragédia, uma força-tarefa formada por policiais ambientais e pesquisadores localizou a onça, que agora está sob cuidados no CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande.
E é aí que o caso chama ainda mais atenção: segundo o boletim veterinário, o animal apresenta sérios sinais de debilidade física. Desidratação, alterações nos rins, fígado e trato digestivo, além de um peso bem abaixo do considerado saudável para sua espécie — são cerca de 94 quilos, quando o esperado seria próximo de 120.
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Mas o que pode ter levado um predador tão imponente a esse estado crítico?
Essa é a pergunta que especialistas como o professor Gediendson Araújo estão tentando responder. Segundo ele, a primeira etapa agora é entender se existe alguma doença ou condição crônica afetando o animal. “Não é normal uma onça adulta, com cerca de 9 anos, estar tão magra e debilitada. Precisamos investigar profundamente para saber o que está por trás desse comportamento atípico, inclusive o ataque ao caseiro”, explicou.
🟡 Por que essa onça atacou um ser humano?
Esse tipo de ataque é extremamente raro no Brasil. As possibilidades levantadas vão desde escassez de alimento na região, passando por questões hormonais ligadas ao período reprodutivo, até um comportamento defensivo, ou alguma atitude involuntária da vítima que desencadeou a reação da onça.
Mesmo com tantas perguntas no ar, o estado clínico do animal já traz pistas: uma onça debilitada pode agir fora do padrão — inclusive se aproximar de áreas ocupadas por humanos em busca de comida. Isso pode explicar, em parte, por que ela invadiu a área onde Jorge Avalo morava e limpava peixes, uma atividade que provavelmente deixou odores atrativos para o felino.
Veja vídeo de após ser capturada>
🟡 E agora, o que acontece com a onça?
Ela continuará sob observação no CRAS, passando por exames mais detalhados e um processo de reabilitação. Caso esteja apta, pode ser transferida para uma unidade de conservação vinculada ao ICMBio, onde poderá viver em segurança, longe de áreas urbanas e sem representar risco a outras pessoas.
Enquanto isso, a história de Jorge Avalo continua gerando debates importantes sobre o equilíbrio entre humanos e vida selvagem no Pantanal. Como garantir segurança em regiões onde o habitat natural dos animais está cada vez mais pressionado?
Se você achou esse caso curioso, intrigante ou até um pouco assustador, continue acompanhando. A investigação sobre a saúde da onça pode revelar muito mais do que parece — não só sobre esse ataque, mas sobre o impacto ambiental que está empurrando animais selvagens para situações extremas.
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