Mulher é internada após tentar comer cinco paçocas em 30 segundos para ganhar R$ 200

Um momento que deveria ser de diversão em uma tradicional quermesse virou motivo de preocupação e alerta em Mongaguá, no litoral de São Paulo. No último domingo (15), durante a 9ª edição da Quermesse do Itaóca, uma mulher de 38 anos se engasgou gravemente ao participar de um desafio envolvendo paçocas e, desde então, segue internada. A situação reacende o debate sobre segurança em eventos públicos e os riscos de brincadeiras aparentemente inofensivas.

O que aconteceu?

Segundo testemunhas, a mulher participava de uma brincadeira promovida por uma das barracas da festa, que propunha aos participantes comer cinco paçocas em apenas 30 segundos. Quem conseguisse, ganharia um prêmio em dinheiro, no valor de R$ 200. No entanto, o desafio terminou em desespero quando a participante começou a engasgar e apresentar dificuldades respiratórias.

“Um homem começou a segurá-la quando ela caiu, tentando respirar com dificuldade”, contou uma das pessoas que presenciou o episódio.

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A cena gerou comoção e mobilizou frequentadores e organizadores. Algumas pessoas tentaram prestar os primeiros socorros, mas sem sucesso. O SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado e, enquanto a ambulância não chegava, voluntários com treinamento em primeiros socorros tentaram manter a mulher consciente e estável. Mesmo assim, a obstrução das vias aéreas persistiu.

Responsabilidade e medidas imediatas

O responsável pela barraca onde ocorreu o desafio afirmou que o acidente aconteceu no momento em que a vítima tentou empurrar o doce para dentro da boca com o dedo, o que pode ter agravado o engasgo. Após o ocorrido, o organizador retirou a estrutura do local.

A organização geral do evento publicou uma nota destacando que o desafio com paçocas já havia sido realizado em anos anteriores, sempre com acompanhamento da equipe responsável. Segundo o comunicado, não houve qualquer tipo de imposição ou pressão para que a mulher participasse. A direção também confirmou que familiares da vítima, incluindo o marido e os filhos, estavam presentes no momento do acidente.

Inicialmente, a mulher foi atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Mongaguá, mas no dia seguinte precisou ser transferida para o Hospital Regional de Itanhaém, onde segue internada em estado estável até esta quarta-feira (18).

Quais são os riscos em desafios alimentares?

Especialistas em primeiros socorros alertam que desafios que envolvem o consumo rápido de alimentos secos, como paçoca, biscoito ou farinha, representam alto risco de asfixia, especialmente se não houver acompanhamento técnico adequado.

A paçoca, por exemplo, é um alimento de textura seca e esfarelenta, que facilmente se compacta na garganta e dificulta a deglutição quando consumida em grande quantidade e sem líquidos. Esse tipo de brincadeira, embora comum em festas juninas e eventos informais, pode ter consequências graves se não for realizada com responsabilidade.

Regras e precauções para eventos populares

A tragédia evitável levanta uma discussão importante: quais os limites da diversão em eventos públicos? Ainda que a participação seja voluntária, organizadores têm responsabilidade em garantir que todas as atividades estejam dentro de padrões mínimos de segurança.

Entre as boas práticas recomendadas por especialistas e entidades de saúde:

  • Evitar desafios com risco de asfixia, principalmente sem presença de profissionais capacitados;
  • Disponibilizar equipe de primeiros socorros em pontos estratégicos do evento;
  • Oferecer instruções claras antes da atividade e explicar os riscos;
  • Ter planos de emergência e acesso rápido a serviços médicos;
  • Monitorar o estado de saúde dos participantes antes da inscrição.

A Quermesse do Itaóca, tradicional na cidade, reúne centenas de moradores e turistas todos os anos. Por isso, o caso serve como alerta não apenas para seus organizadores, mas para todos os eventos similares pelo país.

Conclusão

A internação da mulher após o desafio com paçocas expõe a necessidade de se repensar a segurança em brincadeiras públicas, por mais simples que pareçam. Eventos festivos como as quermesses fazem parte da cultura popular brasileira, mas precisam ser organizados com responsabilidade, para que a alegria das festas não dê lugar ao sofrimento.

Agora, a expectativa é pela recuperação da vítima e, também, pela revisão de práticas que, embora comuns, podem colocar vidas em risco quando não são conduzidas com os devidos cuidados.

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