Mulher é atingida na bunda por bala perdida em academia durante megaoperação no Rio

Uma mulher foi atingida por uma bala perdida nos glúteos enquanto fazia exercícios em uma academia localizada nas proximidades dos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na manhã desta terça-feira (28). O local fica próximo à região onde acontece uma megaoperação conjunta da Polícia Civil e da Polícia Militar contra o Comando Vermelho (CV), que já resultou em pelo menos 64 mortes, segundo informações preliminares.

De acordo com a Polícia Civil, a vítima foi socorrida por equipes de emergência e levada ao Hospital Getúlio Vargas, na Penha, onde recebeu atendimento médico e teve alta ainda durante o dia. O ferimento foi considerado leve, e seu estado de saúde é estável.

Tiroteio e tensão na Zona Norte

A ação policial, que começou nas primeiras horas da manhã, provocou intensa troca de tiros em diversas comunidades da região, levando pânico a moradores e trabalhadores locais. Testemunhas relataram momentos de desespero e correria em ruas próximas às áreas de confronto.

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Durante a operação, outras três pessoas foram atingidas por disparos, entre elas um homem em situação de rua, baleado nas costas, e um funcionário de um ferro-velho. Todos foram encaminhados para hospitais da região e seguem sob observação médica.

Objetivo da megaoperação

Batizada de Operação Contenção, a ação mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, com apoio de promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ). Segundo a Polícia Civil, o principal objetivo é cumprir mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho, incluindo 30 foragidos de outros estados, que estariam escondidos nos complexos da Penha e do Alemão.

As investigações apontam que as comunidades vêm sendo utilizadas pela facção como bases estratégicas para a expansão de atividades criminosas em diferentes regiões do país.

Mortes e apreensões

De acordo com informações publicadas pelo jornal Extra, 64 pessoas morreram durante a operação. Entre os mortos, dois seriam suspeitos oriundos da Bahia, incluindo Júlio Souza Silva, de 26 anos, identificado como integrante do Comando Vermelho.

Até o fim da manhã, o balanço divulgado pelas autoridades registrava:

  • 64 mortos, entre suspeitos e confrontos armados;
  • 81 presos, incluindo foragidos da Justiça;
  • 42 fuzis e diversas armas de grosso calibre apreendidas;
  • barricadas incendiadas em reação à presença policial.

As forças de segurança classificaram a operação como uma das maiores do ano no estado, com o objetivo de enfraquecer a estrutura do tráfico e conter a escalada da violência.

Reação e impacto na comunidade

O clima de tensão tomou conta dos complexos, e muitos moradores relataram dificuldades para sair de casa ou levar os filhos à escola. O transporte público na região também foi afetado, com interdições de vias e cancelamento de linhas de ônibus.

Vídeos publicados em redes sociais mostram barricadas em chamas e helicópteros sobrevoando a região, enquanto agentes tentavam avançar nas áreas controladas por facções criminosas.

Apesar da gravidade da operação, a Secretaria de Estado de Polícia Militar afirmou que a ação seguirá “enquanto houver risco ativo e presença de criminosos fortemente armados nas comunidades”.

Contexto da operação

A megaoperação acontece em meio ao crescimento das disputas por território entre facções criminosas no Rio de Janeiro. De acordo com fontes da inteligência policial, o Comando Vermelho estaria expandindo sua atuação para outros estados, o que motivou a criação de uma força-tarefa entre as polícias e o Ministério Público para neutralizar lideranças e desarticular bases operacionais.

Além de mandados de prisão, os agentes cumprem ordens de busca e apreensão em endereços ligados a suspeitos de envolvimento com o tráfico, lavagem de dinheiro e porte ilegal de armas.

Casos recentes e repercussão

A operação reacendeu o debate sobre o impacto das ações policiais em áreas densamente povoadas. Em episódios anteriores, confrontos dessa magnitude já deixaram vítimas entre civis, como crianças, trabalhadores e moradores atingidos por balas perdidas.

Entidades de direitos humanos voltaram a pedir maior controle nas operações em áreas urbanas e investigação independente das mortes registradas, enquanto o governo do estado defende que a ação é necessária para conter o avanço do crime organizado.

O episódio que deixou uma mulher ferida dentro de uma academia ilustra o risco cotidiano enfrentado por moradores das zonas de conflito no Rio de Janeiro, onde operações de grande porte frequentemente transformam áreas residenciais em campos de batalha improvisados.

Embora o balanço da Operação Contenção apresente números expressivos de prisões e apreensões, ele também evidencia o alto custo humano e social dessas ações, reacendendo o debate sobre o equilíbrio entre segurança pública e proteção da vida civil.

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