A morte da menina Bianca Zanella, de apenas 11 anos, após cair de um mirante no Cânion Fortaleza, em Cambará do Sul, reacendeu o debate sobre segurança em áreas turísticas de alto risco. O acidente ocorreu na tarde de quinta-feira (10), enquanto ela visitava o parque ao lado dos pais, turistas vindos de Curitiba (PR).
Segundo as autoridades, Bianca, que tinha Transtorno do Espectro Autista (TEA), se afastou repentinamente enquanto a família se preparava para sentar em um banco próximo à borda. O pai ainda tentou impedi-la, mas não conseguiu evitar a tragédia. A queda foi de uma altura impressionante, em um ponto que não possui qualquer tipo de proteção. O corpo da menina foi localizado cerca de 10 horas depois, após uma intensa operação de resgate coordenada pelo Corpo de Bombeiros.
O mirante em questão faz parte da Trilha do Mirante, uma das mais procuradas por visitantes do Parque Nacional da Serra Geral, conhecido por suas paisagens imponentes e paredões que chegam a 900 metros de altura. No entanto, o local onde o acidente ocorreu não contava com nenhuma barreira física de segurança — uma ausência que agora está sendo amplamente questionada.
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Em respeito à vítima e à família, a administração do parque decidiu fechar temporariamente o Cânion Fortaleza. A concessionária Urbia Cânions Verdes, responsável pela gestão da visitação, emitiu nota oficial lamentando profundamente o ocorrido e informando que todos os recursos possíveis foram mobilizados para auxiliar nas buscas. A empresa também se colocou à disposição das autoridades, que abriram inquérito para apurar as circunstâncias do acidente.
A tragédia teve grande repercussão e sensibilizou autoridades. Em pronunciamento nas redes sociais, o governador Eduardo Leite (PSD) manifestou solidariedade aos familiares. “É uma dor inimaginável. Minha solidariedade e carinho a essa família, e também meu reconhecimento ao esforço das equipes envolvidas no resgate”, afirmou.
A comoção provocada pelo caso levanta um alerta para a necessidade urgente de revisão dos protocolos de segurança em atrações naturais de grande fluxo turístico. Especialistas já vêm alertando que, mesmo em locais de beleza exuberante, a ausência de infraestrutura básica pode transformar uma experiência inesquecível em uma tragédia irreparável.
O caso de Bianca não apenas comove, mas exige uma resposta imediata sobre até que ponto é aceitável manter acessos públicos em áreas de risco sem o mínimo de proteção. A dor da perda é irreversível, mas o debate sobre segurança precisa ser levado a sério para evitar que outras famílias enfrentem a mesma dor.
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