A megaoperação das forças de segurança contra o Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, terminou com pelo menos 64 mortos, entre eles quatro policiais civis, segundo informações oficiais do governo estadual. A ação, realizada nesta terça-feira (28), já é considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro e expõe a dimensão do confronto entre o poder público e o crime organizado nas favelas cariocas.
Entre os mortos estão dois traficantes oriundos da Bahia, identificados pela polícia como integrantes do CV, que estariam refugiados nas comunidades para evitar a captura. Um deles foi identificado como Júlio Souza Silva, de 26 anos, apontado como uma das lideranças da facção no Nordeste.
De acordo com o balanço divulgado pela Polícia Civil, 81 pessoas foram presas durante a operação, que contou com a participação de 2,5 mil agentes, além do apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). A operação foi deflagrada para cumprir mandados de prisão e busca e apreensão contra integrantes da facção que, segundo as investigações, estariam usando os complexos do Alemão e da Penha como bases de expansão territorial.
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Civis atingidos durante o confronto
Quatro moradores foram baleados durante a ação. Entre as vítimas está uma mulher que foi atingida por uma bala perdida nos glúteos enquanto fazia exercícios em uma academia localizada próxima ao Complexo do Alemão. O tiro partiu de um dos confrontos entre policiais e criminosos. A mulher foi socorrida e recebeu atendimento no Hospital Getúlio Vargas, sendo liberada após o ferimento ser considerado leve.
Outras três pessoas ficaram feridas, incluindo um morador em situação de rua, atingido nas costas, e um homem que estava em um ferro-velho durante os tiroteios.
Policiais mortos em serviço
Os confrontos também resultaram na morte de quatro agentes de segurança, o que ampliou o impacto da operação dentro das forças policiais. Foram confirmadas as mortes de:
- Rodrigo Velloso Cabral, de 34 anos;
- Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, de 51 anos, conhecido como Máskara, recém-promovido a chefe de investigação da 53ª DP (Mesquita), segundo informações do g1 Rio de Janeiro.
Outros dois nomes não foram divulgados até o momento, mas o governo do estado informou que os agentes morreram durante troca de tiros em áreas de acesso controlado pela facção.
Contexto da operação
A ação, batizada de Operação Contenção, é parte de um esforço conjunto entre a Polícia Civil e a Polícia Militar para frear o avanço do Comando Vermelho em territórios estratégicos da capital e da Baixada Fluminense. A facção, segundo as autoridades, tem ampliado sua presença em comunidades dominadas por grupos rivais e usado as áreas do Alemão e da Penha como pontos logísticos e de comando.
A operação também contou com helicópteros blindados, veículos blindados (caveirões) e o apoio de equipes de elite, como o BOPE e a CORE. As forças de segurança apreenderam 42 fuzis, além de grande quantidade de drogas e munições.
O governo estadual afirmou que as investigações continuam e que novas fases da operação devem ocorrer nos próximos dias, com o objetivo de desarticular o núcleo financeiro e logístico da facção.
Enquanto isso, organizações de direitos humanos e moradores da região pedem esclarecimentos sobre o alto número de mortes e os impactos da ação sobre a população civil.
A Secretaria de Segurança Pública reforçou que todas as mortes serão apuradas pela Divisão de Homicídios (DH), que deve analisar as circunstâncias de cada confronto.
A megaoperação reacende o debate sobre o equilíbrio entre segurança pública e direitos civis no Rio de Janeiro, um estado historicamente marcado por confrontos entre o tráfico e as forças do Estado, onde a população — muitas vezes — fica no fogo cruzado.
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