Médica é acusada de violência obstétrica após cortar bexiga de paciente durante parto

Uma história dolorosa, que ainda ecoa na vida de uma família, ganhou destaque nacional e reacendeu um debate urgente: a violência obstétrica no Brasil. A médica e influenciadora Anna Beatriz Herief teve seu registro profissional suspenso após ser denunciada por condutas graves durante o parto da paciente Larissa Bastos Kaehler.

O caso aconteceu há cerca de um ano, mas só veio a público após ser exibido pelo programa Fantástico, da TV Globo. O que era para ser um momento de felicidade, tornou-se um episódio traumático para Larissa, que teve a bexiga cortada durante o trabalho de parto, em um procedimento que terminou com uma cesárea de emergência.

O que de fato aconteceu na sala de parto?

Segundo um laudo técnico feito a pedido da família da vítima, a médica confundiu a bexiga com o útero. A avaliação foi realizada pelo perito Ivo Costa Júnior, que teve acesso ao vídeo do parto e ao prontuário da paciente. “A médica acreditava realmente que havia atingido o útero. Ela chegou a colocar a mão dentro da incisão achando que retiraria o bebê dali”, afirmou o especialista.

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A médica, no entanto, se defendeu dizendo que o corte foi proposital. Segundo ela, havia uma emergência fetal, e a decisão foi tomada para ganhar tempo. “Transpassei a bexiga de forma intencional. Se demorasse mais cinco minutos, o bebê poderia não resistir”, disse Anna Beatriz.

Uma gestação de risco, um parto de sofrimento

Larissa foi diagnosticada com pré-eclâmpsia, uma condição grave que exige atenção redobrada. Após aproximadamente 12 horas de trabalho de parto, a situação se agravou. De acordo com o prontuário, antes de iniciar a cesárea, a médica ainda tentou utilizar o vácuo-extrator, uma técnica para auxiliar a saída do bebê. Porém, o procedimento foi feito sete vezes, ultrapassando o limite recomendado, que é de no máximo três tentativas.

“Não tentei sete vezes. Usei dentro do que dizem as diretrizes, três ou quatro vezes”, rebateu a médica.

Somente após essas tentativas frustradas é que Anna Beatriz iniciou a cesárea. O bebê nasceu, mas a família ainda vive a angústia de não saber os impactos neurológicos causados pela possível falta de oxigênio durante o parto.

Consequências e punição

Diante das denúncias, o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) suspendeu o registro da médica por seis meses. Recentemente, a suspensão foi prorrogada por mais seis meses, enquanto o processo de cassação definitiva do registro segue em andamento.

A história de Larissa não é um caso isolado. Muitas mulheres enfrentam procedimentos desnecessários, decisões precipitadas e condutas que colocam em risco tanto a mãe quanto o bebê. Casos como esse mostram como é fundamental discutir a humanização do parto, a capacitação de profissionais e a responsabilização de erros médicos.

Por que esse assunto importa?

Porque nenhuma mulher deveria sair de uma maternidade com traumas físicos e emocionais causados por falhas evitáveis. Porque toda mãe merece respeito, cuidado e segurança em um dos momentos mais delicados da sua vida. E, principalmente, porque ainda há muitas histórias como a de Larissa esperando por justiça e visibilidade.

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