O caso aconteceu em Ji-Paraná, em Rondônia, e tem gerado muitos debates sobre segurança, responsabilidade e respeito aos animais. A protagonista da história é Natani Santos, técnica de enfermagem de 35 anos, que foi atacada dentro de casa por um cachorro da raça chow-chow. O cão arrancou parte do lábio superior de Natani, deixando ferimentos sérios que agora exigem cirurgia de reconstrução facial.
O cachorro, que vivia com a família havia cinco anos, aparentemente não tinha um histórico de agressividade. Segundo o relato da própria Natani, o ataque foi repentino. “Ele rosnou, eu me afastei, e ele me mordeu. Em seguida, ele se encolheu, como se tivesse entendido o que havia feito”, contou ela nas redes sociais.
Após o ocorrido, Natani recebeu atendimento médico de urgência. Mas o impacto da situação não ficou só nas marcas físicas — o trauma emocional também foi grande. Mesmo assim, a técnica de enfermagem deixou claro que não queria que o animal fosse sacrificado. “Não quero que ninguém abandone ou sacrifique seus animais por causa do que aconteceu comigo. O ideal é procurar ajuda profissional, como um adestrador”, declarou.
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No entanto, o esposo de Natani, Tiago, tomou uma decisão difícil sem contar a ela: levou o cão para avaliação na Secretaria do Bem-Estar Animal do município. Após ser examinado por veterinários e adestradores, o animal foi considerado inapto para voltar ao convívio familiar. Temendo pela segurança da esposa e principalmente do filho de 8 anos do casal, Tiago optou pela eutanásia do cão.
Em vídeo publicado nas redes, Tiago afirmou: “Fui eu quem tomou a decisão. Ela nem sabia. Fiz isso porque quis proteger minha família. E se esse ataque tivesse sido contra o nosso filho, pegando pelo pescoço, o que as pessoas estariam dizendo agora?”.
A decisão de Tiago gerou reações diversas, inclusive de ONGs de proteção animal, que teriam demonstrado interesse em acolher o cão. Segundo Tiago, quando procurou a secretaria novamente para dialogar, a eutanásia já havia sido feita.
Reflexões importantes
Esse caso levanta discussões que vão além da tragédia familiar. A primeira delas é sobre segurança doméstica com animais de médio e grande porte, especialmente raças que podem ter comportamento instável, se não forem treinadas corretamente.
Outro ponto delicado é a relação entre decisões individuais e coletivas em uma família. Natani claramente ainda estava lidando com o trauma e talvez não estivesse pronta para tomar uma decisão sobre o destino do animal. Por outro lado, Tiago alegou agir em proteção à esposa e ao filho, priorizando a segurança imediata da casa.
A verdade é que não existe resposta simples. Em casos assim, o mais importante é que se tome decisões informadas, ouvindo especialistas, respeitando os direitos dos envolvidos — inclusive os dos animais — e sempre buscando formas de evitar novas tragédias.
Até o momento, a Secretaria do Bem-Estar Animal de Ji-Paraná não respondeu aos contatos da imprensa, mas o espaço continua aberto para esclarecimentos.
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