‘Luto por Babidi’: CV tenta impor toque de recolher em Portão após morte de traficante

A morte de quatro integrantes do Comando Vermelho (CV), incluindo um dos chefes da organização criminosa na região metropolitana de Salvador, causou reflexos diretos a mais de 20 quilômetros do local do confronto. Jackson Santana da Silva, conhecido como “Babidi”, era o principal líder do tráfico no bairro de Portão, em Lauro de Freitas, e morreu durante uma ação policial realizada nesta segunda-feira (16) nas comunidades de Emissário de Arembepe e na Aldeia Hippie, em Camaçari.

Logo após a confirmação da morte, surgiram relatos de tentativas de toque de recolher impostas por membros do CV em Portão. Um morador da região, que pediu para não ser identificado por segurança, relatou à reportagem o clima de tensão que tomou conta do bairro. Segundo ele, pichações em muros e mensagens circulando nas ruas após o enterro de Babidi indicavam que a facção queria paralisar o comércio local em sinal de luto e protesto.

“O pessoal comentou que, logo depois do enterro, os muros amanheceram pichados mandando todo mundo fechar as portas. O medo tomou conta porque a gente sabe o quanto esses caras são violentos”, contou o morador.

Polícia nega toque de recolher e reforça segurança na região

Apesar da ameaça, a rotina no bairro não foi interrompida. Fontes da Polícia Civil e da Polícia Militar ouvidas pelo jornal afirmaram que a tentativa de impor o toque de recolher foi rapidamente neutralizada pelas forças de segurança. “Eles tentaram, mas a área foi reforçada por nós justamente para garantir que tudo continuasse funcionando normalmente. Mercados, padarias e demais comércios seguem abertos”, garantiu um policial que não quis se identificar.

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Ainda segundo a polícia, Babidi era figura central no comando do tráfico em Portão. Ele controlava pontos de venda de drogas, autorizava execuções e era investigado por diversos homicídios. “Ele não era só um líder. Era o principal articulador do crime na área, conhecido pela extrema violência com que agia”, revelou um agente.

Operação em Arembepe mirava o “bunker” da facção

A operação que resultou na morte de Babidi teve como objetivo desmantelar locais usados pela facção como esconderijo de armas e entorpecentes. As comunidades de Emissário de Arembepe e da Aldeia Hippie vinham sendo utilizadas como refúgios estratégicos para o CV.

Durante a ação, três suspeitos morreram em confronto — entre eles, dois identificados como CL e Raiane, também ligados ao tráfico. Outros dois tiveram mandados de prisão cumpridos. Equipes da polícia continuam realizando varreduras em áreas de mata fechada, onde criminosos ainda podem estar escondidos.

Medo permanece entre os moradores

Mesmo com a presença policial e a normalidade nos comércios, o sentimento entre os moradores ainda é de insegurança e apreensão. “A gente sabe que quando morre alguém importante do tráfico, o resto do grupo tenta reagir. E quem paga o preço geralmente é a população”, desabafou outro morador.

A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) informou que as operações na região continuam nos próximos dias e que novas prisões podem acontecer a qualquer momento.

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