Jornalista denunciado por ‘golpe do PIX’ viraliza nas redes após receber ‘lembrança’ da Polícia Civil da Bahia; VEJA VÍDEO

Jornalista denunciado por desvio de doações agradece “lembrança” da Polícia Civil e causa indignação nas redes

O jornalista Marcelo Castro, denunciado por participação no chamado “golpe do PIX” que desviou mais de R$ 400 mil de doações arrecadadas durante reportagens exibidas pela Record Bahia, voltou a repercutir nas redes sociais nesta semana — não por conta do andamento do processo judicial, mas por ter recebido uma moeda institucional da Polícia Civil da Bahia (PC-BA) durante uma visita oficial do delegado-geral da corporação ao programa que hoje apresenta na TV Aratu.

O episódio ocorreu na última sexta-feira (11), quando o delegado André Viana participou do programa “Alô, Juca”, apresentado por Marcelo. Ao final da visita, Viana entregou ao jornalista a moeda simbólica, gesto que a Polícia classificou como um ato de cortesia tradicional em agendas institucionais. Marcelo chegou a gravar um vídeo agradecendo pela lembrança, que viralizou e provocou reações críticas entre internautas.

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“O cara está sendo investigado… Se é inocente ou culpado eu não sei, mas receber homenagem da Polícia Civil? Só na Bahia mesmo”, escreveu um usuário nas redes. Outro comentou: “Receber moeda institucional enquanto responde por desvio de doações é um desrespeito às vítimas.”

Em nota, a Polícia Civil explicou que a entrega da moeda é um gesto simbólico comum em visitas a veículos de imprensa e que todos os gestores presentes nas agendas recebem a mesma cortesia — independentemente de estarem ou não sob investigação. VEJA VÍDEO:

Entenda o caso

Marcelo Castro e o também jornalista Jamerson Oliveira, além de outras dez pessoas, são acusados pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) por associação criminosa, apropriação indébita e lavagem de dinheiro. O grupo é investigado por desviar recursos enviados por telespectadores com a intenção de ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade, após reportagens exibidas no programa Balanço Geral, da Record Bahia.

Segundo o MP, o esquema funcionava com a divulgação de chaves PIX falsas, que não pertenciam às vítimas apresentadas nas matérias, mas sim a integrantes do grupo criminoso. As quantias eram transferidas por pessoas comovidas pelas histórias e, na maioria dos casos, apenas uma pequena fração chegava de fato aos necessitados.

A fraude veio à tona em março de 2023, quando um doador percebeu discrepâncias entre as contas divulgadas no ar e as informadas em contatos diretos. A Record Bahia iniciou uma investigação interna, constatou irregularidades e demitiu os profissionais envolvidos. A emissora também acionou a Polícia Civil.

O processo corre em segredo de Justiça, mas já há registros de audiências de instrução com a presença dos jornalistas denunciados. A defesa de Marcelo Castro e Jamerson Oliveira afirma que os dois são inocentes e alega que as provas reunidas ainda não passaram pelo crivo do contraditório legal.

Valor desviado

De acordo com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas), o grupo teria arrecadado R$ 543 mil, dos quais apenas 25% foi repassado às vítimas. O restante, cerca de R$ 407 mil, teria sido dividido entre os envolvidos, conforme o grau de participação de cada um no esquema. Em um dos casos, uma família que buscava doações para o tratamento de uma criança com câncer recebeu menos da metade do valor arrecadado, enquanto o restante teria sido apropriado indevidamente.

Reações e repercussão

A entrega da moeda da Polícia Civil em meio a esse cenário provocou indignação pública. Para muitos, o gesto institucional, mesmo que simbólico e protocolar, foi interpretado como inadequado diante da gravidade das acusações e do sofrimento das vítimas envolvidas no caso.

A repercussão do episódio mostra como ações institucionais, mesmo quando rotineiras, podem gerar reações negativas quando envolvem figuras públicas sob investigação — especialmente em casos que tocam a confiança da população e envolvem recursos doados com base na solidariedade. A imagem pública de quem ocupa espaços de comunicação de massa, sobretudo quando ligado a denúncias graves, requer cuidado redobrado por parte das instituições.

O caso segue em julgamento, com todos os 12 acusados respondendo como réus na Vara especializada em delitos praticados por organizações criminosas, em Salvador.

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