Integrante do núcleo de frente do Comando Vermelho (CV), uma das facções criminosas mais antigas e violentas do Rio de Janeiro, Japinha, apelidada entre os comparsas de “musa do crime”, foi morta durante uma intensa operação conjunta das polícias Civil e Militar. A ofensiva ocorreu nas primeiras horas de terça-feira (28), nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte da capital fluminense — áreas há anos marcadas por confrontos e disputas territoriais.
Segundo fontes da investigação, Japinha foi localizada em uma área de mata densa, utilizada frequentemente pelos traficantes como rota de fuga entre as comunidades. Vestida com colete tático e roupa camuflada, ela teria resistido à abordagem e acabou sendo atingida por disparos de fuzil no rosto durante o tiroteio. Policiais afirmam que o fogo cruzado foi intenso e durou várias horas, envolvendo dezenas de agentes e integrantes do tráfico fortemente armados.
Apesar de não ocupar posto de liderança dentro do CV, Japinha tinha papel estratégico nas ações da facção. Ela atuava como soldado de linha de frente, sendo responsável por proteger pontos de venda de drogas e rotas de fuga utilizadas pela cúpula do grupo. Era também considerada figura de confiança de criminosos mais experientes, por sua lealdade e disposição para o combate.
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Durante a operação, a presença de Japinha e de outros integrantes armados teria permitido a fuga de Edgar Alves Andrade, conhecido como “Doca da Penha” ou “Urso”, um dos criminosos mais procurados do país. O corpo da traficante foi encontrado próximo a um dos acessos principais da comunidade, horas depois do fim do confronto.
A caça a “Doca da Penha” e a maior recompensa da história do Disque Denúncia
Em meio à megaoperação, o Disque Denúncia anunciou uma recompensa de R$ 100 mil por informações que levem à prisão de Doca, número que iguala o valor oferecido em 2000 pela captura de Fernandinho Beira-Mar. Segundo as autoridades, Doca acumula 20 mandados de prisão e é investigado por mais de 100 homicídios, incluindo execuções de crianças e desaparecimentos de moradores na Zona Norte e na Baixada Fluminense.
Natural da Paraíba e criado na Vila Cruzeiro, Doca é considerado um dos principais chefes operacionais do Comando Vermelho. Ele também é apontado como mandante da execução de três médicos na Barra da Tijuca, em outubro de 2023 — crime que chocou o país por ter sido motivado por um erro de identificação. Segundo a polícia, Doca ordenou que os médicos fossem mortos após serem confundidos com milicianos.
As investigações apontam ainda que, para eliminar rastros, o traficante teria mandado executar os próprios assassinos dos médicos. Além disso, é alvo de mandado de prisão pelo caso dos três meninos desaparecidos em Belford Roxo, episódio que segue sem desfecho e sem localização dos corpos das vítimas.
Megaoperação e saldo trágico
A operação conjunta entre as forças de segurança deixou 64 mortos e 81 presos, marcando uma das ações mais letais dos últimos anos no Rio de Janeiro. O objetivo principal, segundo a Secretaria de Segurança, era enfraquecer o poder logístico e territorial do Comando Vermelho nas regiões do Alemão e da Penha — áreas consideradas estratégicas para o tráfico de armas e drogas.
Especialistas em segurança pública afirmam que o confronto evidencia o nível de militarização das facções, que vêm utilizando armamentos de guerra, como fuzis automáticos e granadas, em enfrentamentos com a polícia. Para o sociólogo e pesquisador Luiz Eduardo Soares, o caso de Japinha simboliza “a face mais trágica do recrutamento e da violência que alimentam o ciclo do crime nas periferias”.
Quem era Japinha do CV
Descrita como jovem e disciplinada, Japinha havia ganhado notoriedade nas redes sociais, onde algumas fotos a mostravam posando com armas e ostentando símbolos do CV. Para moradores da região, ela representava a figura de uma “guerreira” da facção, mas para as autoridades, era uma peça-chave nas operações armadas da organização.

Fontes policiais relatam que Japinha participava diretamente de tiroteios, ajudando a proteger os chefes e as rotas de abastecimento de drogas. Apesar da pouca idade, era vista como influente e destemida, motivo pelo qual passou a ser chamada de “musa do crime” pelos comparsas.
Repercussão e consequências
A morte de Japinha reacendeu o debate sobre o papel das mulheres nas facções criminosas e os impactos da militarização nas comunidades do Rio. Organizações de direitos humanos criticam a alta letalidade das operações policiais, enquanto autoridades defendem que o confronto foi consequência direta da resistência armada dos traficantes.
Nas redes sociais, imagens do corpo da jovem circularam amplamente, levantando questionamentos sobre o uso de força letal e a exposição de cadáveres em situações de conflito. A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar as circunstâncias exatas da morte e a possível presença de outros criminosos no local.
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