Após dois anos de uma luta intensa contra um câncer no intestino, a cantora Preta Gil faleceu no último domingo (20), aos 50 anos. Artista de grande expressão na música brasileira e também símbolo de autenticidade e irreverência, Preta enfrentou a doença de forma pública, dividindo com seus seguidores momentos de esperança, fragilidade e força. A postura transparente durante o tratamento a tornou ainda mais próxima de seu público — e também dos amigos, que acompanharam de perto a reta final de sua vida.
Um dos mais presentes nesse processo foi o apresentador e influenciador digital Gominho. Amigo íntimo de Preta por mais de uma década, ele se afastou do trabalho para acompanhar a cantora nos últimos meses, demonstrando uma dedicação rara. A ligação entre os dois, marcada por cumplicidade e afeto, fez com que Gominho também vivesse sua própria batalha emocional.
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Em uma publicação nas redes sociais, feita pouco após a confirmação da morte de Preta, Gominho desabafou. Falou sobre o processo de acompanhar a deterioração da amiga, classificando esse momento como um “luto vivo”. Para ele, a perda não aconteceu de forma abrupta, mas sim em doses dolorosas ao longo dos últimos meses.
A despedida pública e o debate sobre o luto
“Aproveitar que estamos com sol em Leão pra dar um ‘shine’ e astralizar!”, escreveu ele, em um trecho da mensagem. “Já vivi dois anos à sombra dessa doença na pessoa que mais amo e meses vivendo um luto vivo. O que eu só quero agora é ir pra cima e reconstruir meu astral e minha vida do jeito que só um ariano com ascendente em Leão, com a Lua em Sagitário sabe fazer. Não esperem tristeza sobre Preta em mim! É só luz e força, como ela era e me ensinou a ser.”
A fala, ao mesmo tempo leve e profunda, dividiu opiniões. Parte dos internautas achou precoce o tom positivo da publicação. “Meu Deus… Espera o corpo dela esfriar, pelo menos”, comentou uma seguidora. Gominho respondeu de forma direta: “Ela já esfriou tem um certo tempo, meu amor. Coisa que para entender tem que ser bom de sentir a vida.”
Outros comentários foram mais duros, chegando a chamar a atitude de “desprezível”. Em resposta, o apresentador ironizou usando um gif. Apesar das críticas, muitos seguidores saíram em sua defesa, destacando que a maneira como cada pessoa vive o luto é única — e, nesse caso, coerente com a personalidade solar de Preta Gil.
“Ela era de Oxum e leonina. Ia amar as homenagens, mas drama? Jamais”, disse uma seguidora. Outro internauta acrescentou: “Com certeza, Preta não queria tristeza. Está certo, Gominho. Bora viver.”
Luto e homenagem em forma de vida
A sinceridade com que Gominho expôs seus sentimentos evidenciou não apenas a dor da perda, mas também a vontade de manter viva a essência da amiga. Em outro momento da conversa com seguidores, ele afirmou: “É uma porrada viver isso. Mas me sinto fortalecido agora. De verdade, eu sei o que vivi e senti. E não quero, e não vou mais, viver essa sombra. Luz pra nós, meu bem.”
A relação entre Preta e Gominho transcendeu o convívio pessoal. Foi uma irmandade pública, construída com afeto, respeito e apoio mútuo. Ao longo do tratamento da cantora, Gominho esteve presente em consultas, internações e nos momentos mais delicados. Em diversas entrevistas, Preta Gil já havia falado da importância do amigo em sua trajetória e enfrentamento da doença.
O adeus no Theatro Municipal
A cerimônia de despedida da artista será nesta sexta-feira (25), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, das 9h às 13h. O velório será aberto ao público, conforme desejo da própria cantora. Na sequência, haverá uma cremação reservada apenas a familiares e amigos próximos no Cemitério e Crematório da Penitência, no Caju, zona portuária do Rio.
A escolha do local do velório reflete a grandeza de Preta Gil — não apenas como artista, mas como figura cultural marcante, que usou sua voz e imagem para falar de amor, aceitação, liberdade e coragem.
Enquanto o país se despede de uma mulher que transformou sua dor em diálogo e sua vida em resistência, amigos como Gominho encontram na luz da própria Preta uma forma de continuar. Para ele, a melhor homenagem não é o silêncio da tristeza, mas a permanência da alegria que ela sempre fez questão de espalhar.
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