Após quase 14 anos de espera, a Justiça finalmente deu uma resposta ao crime brutal que chocou a cidade de Paulo Afonso, no norte da Bahia. Dois irmãos, Anderson e André, foram condenados a 28 anos de prisão cada um, pelo assassinato de Fabíola Souza Costa, uma mulher grávida de quatro meses, que foi morta friamente na frente do próprio filho, de apenas sete anos.
O julgamento aconteceu na última quinta-feira (24), no Tribunal do Júri da comarca de Paulo Afonso. Segundo o Ministério Público da Bahia (MP-BA), o crime aconteceu em 10 de setembro de 2011, durante uma confraternização familiar na casa de uma tia dos acusados.
Durante a reunião, uma discussão entre Fabíola e André se intensificou, motivada por ofensas feitas contra o irmão da vítima, Flávio, também presente na ocasião. A briga evoluiu para agressões físicas. A dona da casa chegou a expulsar os envolvidos — Anderson, André e um adolescente de 17 anos — tentando encerrar a confusão.
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No entanto, o pior ainda estava por vir. Pouco tempo depois, os agressores retornaram ao local. De forma covarde e sem dar chance de defesa, Anderson atirou em Fabíola assim que ela apareceu na porta da casa, atingindo-a no pescoço. Após o crime, os três fugiram.
A cena cruel teve como única testemunha direta o filho pequeno da vítima. Um crime marcado pela frieza, pela brutalidade e por um sofrimento que se arrastou por mais de uma década até a condenação definitiva dos envolvidos.
Outros julgamentos em Paulo Afonso também resultaram em condenações pesadas
A Justiça na região tem sido rigorosa com crimes violentos. Em outras decisões recentes, mais quatro homens foram condenados por assassinatos e tentativa de feminicídio.
No dia 23 de julho, Alex Trindade Damasceno e Mário Rodrigues de Oliveira foram sentenciados pelo homicídio de um adolescente de 17 anos, ocorrido em maio de 2023. A execução, com vários tiros em plena luz do dia, teria sido motivada por disputas ligadas ao tráfico de drogas. Alex foi condenado a mais de 27 anos de prisão, enquanto Mário recebeu pena superior a 29 anos.
Já no dia 22 de julho, Renilson Santos Lisboa foi julgado e condenado a 30 anos de prisão por ter assassinado Edmilson Martins da Silva, em outubro de 2021. Segundo as investigações, Renilson planejou o crime por conta de rivalidade no tráfico, atraindo a vítima até um local próximo de sua casa e executando-a com diversos tiros. A vítima era namorado da enteada do réu.
Outro caso que gerou comoção foi o de Victor Hugo Soares Farias, condenado a 24 anos e 7 meses de prisão por tentativa de feminicídio. Ele tentou matar a companheira, Lucilene Maria da Silva, em março de 2021, no município de Glória, também na região de Paulo Afonso. O crime ocorreu enquanto ela segurava o filho de apenas sete meses no colo e foi atingida com um tiro pelas costas.
As investigações revelaram que Victor Hugo já tinha um histórico de violência contra a companheira, incluindo agressões físicas, ameaças constantes e até cárcere privado. A sentença reconheceu a gravidade dos atos, impondo uma pena severa como forma de coibir esse tipo de comportamento.
Por que isso importa?
Essas decisões mostram que, mesmo diante da lentidão do sistema em alguns casos, a Justiça pode — e deve — ser implacável diante de crimes tão cruéis. A condenação de Anderson e André, após 14 anos de impunidade, oferece um mínimo de alívio para os familiares de Fabíola, especialmente ao filho que presenciou tudo ainda criança.
Além disso, as sentenças reforçam a importância do combate firme à violência doméstica, ao tráfico de drogas e aos crimes contra a vida. São medidas que não apenas punem os culpados, mas também demonstram que a vida das vítimas importa — e que os responsáveis devem ser responsabilizados com todo o peso da lei.
A atuação firme do Ministério Público e do Tribunal de Justiça da Bahia vem sendo fundamental nesse processo. A expectativa é que essas condenações ajudem a desencorajar novos crimes, ao mesmo tempo em que sirvam de exemplo para que o sistema continue respondendo com firmeza e respeito às vítimas.
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