Um imóvel de três andares desabou na noite de segunda-feira (16), no bairro do Uruguai, em Salvador, e trouxe à tona um problema sério e recorrente na capital baiana: a falta de acompanhamento técnico em obras de edificações. Por sorte, os quatro moradores que estavam no local conseguiram sair a tempo e ninguém ficou ferido, segundo informações da Defesa Civil de Salvador (Codesal).
O prédio abrigava um ferro-velho, uma lanchonete e uma marcenaria — atividades comerciais comuns em áreas de maior densidade populacional, mas que, somadas à sobrecarga estrutural, ajudaram a agravar o risco de colapso. “O prejuízo foi grande, mas o importante é que ninguém se feriu. Agora é correr para salvar o que der”, relatou o dono da lanchonete, visivelmente abalado, à TV Bahia.
Causas do desabamento: obra sem orientação técnica e sobrecarga
De acordo com laudo inicial da Codesal, a estrutura desabou em decorrência de vícios construtivos — ou seja, a obra foi realizada sem orientação técnica ou acompanhamento de profissional habilitado pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA). Além disso, o acúmulo excessivo de materiais e equipamentos no terceiro pavimento comprometeu a capacidade da construção de suportar o peso.
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Esses fatores, infelizmente, são comuns em áreas onde a informalidade nas construções ainda predomina. O resultado pode ser desastroso, como se viu neste caso.
Prédio será demolido
Nesta terça-feira (17), a Defesa Civil realizou uma vistoria completa no local e encaminhou solicitação à Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) para a demolição completa do que restou da estrutura. O objetivo é evitar novos riscos, já que as partes remanescentes do imóvel apresentam instabilidade e ameaçam as edificações vizinhas.
Um alerta para Salvador
Casos como esse reforçam a necessidade de conscientização sobre a importância do acompanhamento técnico em obras. Mesmo pequenas reformas exigem avaliação profissional para garantir segurança a moradores e vizinhos. Além disso, o controle do peso e uso correto dos espaços — principalmente em construções com mais de um andar — é fundamental.
A tragédia foi evitada por pouco. E o episódio serve de alerta para outros moradores da cidade: construir sem planejamento técnico pode custar caro — inclusive vidas.
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