O caso que já abalava a cidade de Ilhéus, no sul da Bahia, ganhou novos desdobramentos. Thierry Lima da Silva, de 23 anos, que havia confessado o assassinato de três mulheres na Praia dos Milionários, admitiu em depoimento também ter matado o próprio companheiro, Lucas dos Santos Nascimento, após uma briga motivada por ciúmes.
Uma relação marcada por drogas e violência
Segundo o depoimento ao qual o g1 teve acesso, Thierry contou que conheceu Lucas há cerca de dois anos, quando se mudou de Vitória da Conquista para Ilhéus. Eles iniciaram um relacionamento, mas também mergulharam juntos no consumo de drogas, fator que, segundo ele, alimentava discussões frequentes.
Em uma dessas brigas, a motivação teria sido o ciúme. Thierry relatou que agrediu o companheiro com chutes no rosto e, logo em seguida, roubou objetos pessoais da vítima — um celular, uma caixa de som, um pen drive e um carregador. O material foi vendido por apenas R$ 400 no centro da cidade.
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Lucas chegou a ser internado no Hospital Costa do Cacau, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no último dia 21 de agosto.
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Prisão em flagrante e confissões em série
O cerco policial se fechou quando Thierry foi flagrado com pedras de crack durante diligências para apurar o homicídio de Lucas. Preso em flagrante por tráfico, ele surpreendeu as autoridades ao confessar, durante a audiência de custódia, não apenas esse crime, mas também os assassinatos de Alexsandra Suzart (45 anos), Maria Helena Bastos (41 anos) e Mariana Bastos (20 anos).
Diante da gravidade e da confissão de múltiplos homicídios, a Justiça converteu sua prisão em preventiva, destacando sua alta periculosidade.
O triplo homicídio que chocou Ilhéus
As três mulheres foram mortas no dia 15 de agosto, após saírem para passear com o cachorro na Praia dos Milionários, ponto turístico movimentado da cidade. No interrogatório, Thierry declarou que arrastou uma das vítimas para tentar roubar, mas acabou sendo surpreendido pelas outras duas. Segundo ele, sob efeito de drogas, reagiu com violência extrema.
O suspeito contou que roubou apenas R$ 30, queimou a bermuda manchada de sangue e abandonou o cachorro das vítimas amarrado em um coqueiro.
Apesar dos detalhes, a Polícia Civil informou que há contradições em seu depoimento e não descarta a participação de outras pessoas.
O perfil de Thierry e a linha de investigação
A ficha criminal do suspeito não é pequena. Desde a adolescência, Thierry acumula registros por furto, violência doméstica, lesão corporal, ameaça e dano. O delegado Helder Carvalhal, responsável pela investigação, afirmou que o inquérito segue em andamento para confirmar cada detalhe da versão apresentada.
Enquanto isso, outro delegado envolvido no caso, Jorge Figueiredo, ressaltou que a principal linha de investigação aponta para latrocínio — roubo seguido de morte.
Vítimas lembradas pela comunidade
As mortes de Alexsandra, Maria Helena e Mariana deixaram a comunidade em luto. Alexsandra e Maria Helena trabalhavam em escolas da rede municipal e eram descritas como profissionais dedicadas e queridas. Mariana, filha de Maria Helena, cursava Engenharia Ambiental e tinha apenas 20 anos.
A tragédia, que interrompeu três trajetórias tão distintas, gerou indignação e protestos em Ilhéus.
Próximos passos das investigações
Outras quatro pessoas foram ouvidas e passaram por exames genéticos, mas foram liberadas. A Polícia Civil não confirmou se há ligação direta delas com Thierry.
As diligências continuam, e a busca por mais provas é essencial para esclarecer se o acusado agiu sozinho ou contou com cúmplices.
Resumo do caso até agora:
- Thierry confessou quatro assassinatos: do companheiro e das três mulheres.
- Prisão em flagrante por tráfico foi convertida em preventiva.
- Polícia investiga contradições e não descarta outros envolvidos.
- Comunidade de Ilhéus pede justiça e mais segurança após as mortes.
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