Um homem foi preso na quarta-feira (16) em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, acusado de manter 59 quilos de pepinos-do-mar de forma ilegal. Além da prisão, ele recebeu uma multa de R$ 6,7 mil por crime ambiental. O caso chamou atenção das autoridades por envolver uma espécie ameaçada de extinção e por levantar suspeitas de envolvimento com o tráfico internacional de fauna marinha.
A ação da Polícia Militar Ambiental foi desencadeada após uma denúncia anônima informando que os animais estavam sendo armazenados irregularmente em uma residência no bairro Silop, área próxima ao centro da cidade. No local, os agentes encontraram estufas de madeira, exaustores e balanças de precisão, equipamentos usados para o manuseio e preparação dos pepinos-do-mar, indicando uma estrutura voltada para o comércio clandestino.
Segundo informações do G1, a Polícia Ambiental acredita que os animais tenham sido adquiridos de pescadores da cidade vizinha, Paraty (RJ). As investigações apontam que o material seria encaminhado para outros estados do Brasil, e há indícios de que parte dele seria exportada ilegalmente para o exterior.
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Uma parte dos exemplares apreendidos foi enviada ao Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP) para análise e pesquisa científica. O restante ficou sob a responsabilidade da Polícia Federal, que apura se há conexão entre o caso e o tráfico internacional de produtos derivados da fauna marinha.
O que são e por que os pepinos-do-mar são tão visados
Apesar do nome, os pepinos-do-mar não são vegetais. Eles são animais invertebrados marinhos, parentes próximos das estrelas e dos ouriços-do-mar. Medindo até 30 centímetros, possuem corpo cilíndrico e textura gelatinosa. Sua captura e comercialização no Brasil sem autorização são consideradas crimes ambientais, conforme as normas do Ibama.
O interesse no tráfico desses animais está relacionado, principalmente, ao uso na indústria de cosméticos e medicamentos, além de serem considerados uma iguaria em alguns países asiáticos. No mercado negro internacional, um quilo pode alcançar até 400 euros, o equivalente a mais de R$ 2 mil, segundo dados do Ibama.
Um pequeno animal com grande papel no oceano
Os pepinos-do-mar exercem um papel fundamental no equilíbrio ecológico dos oceanos. Eles atuam como “faxineiros” do fundo do mar, reciclando matéria orgânica e nutrientes que se acumulam na areia e nos recifes. Esse processo ajuda a manter a qualidade da água e a saúde dos ecossistemas marinhos.
Com o aumento da caça e do comércio ilegal, essas espécies estão sendo progressivamente ameaçadas de extinção, o que preocupa cientistas e ambientalistas. A perda desses organismos pode gerar impactos diretos na biodiversidade marinha, comprometendo a produtividade e a vida de várias outras espécies que dependem desse equilíbrio.
A apreensão em Ubatuba evidencia como o tráfico de animais marinhos continua sendo uma atividade lucrativa e perigosa, que combina danos ambientais com a exploração de espécies vulneráveis. As autoridades esperam que as investigações ajudem a desarticular redes criminosas envolvidas nesse tipo de comércio e reforcem a necessidade de fiscalização constante e conscientização da população sobre a importância da preservação marinha.
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