A cantora Lisa Marie Presley, filha única do ícone do rock Elvis Presley, fez uma revelação impactante em sua autobiografia póstuma Rumo ao Grande Mistério, lançada em fevereiro de 2025. No livro, ela conta que manteve o corpo do filho, Benjamin Keough, em casa por cerca de dois meses após sua morte por suicídio, em julho de 2020. O relato íntimo e doloroso ajuda a compreender a complexidade do luto materno — especialmente em um contexto de pandemia e isolamento.
Benjamin tinha 27 anos quando tirou a própria vida, em plena pandemia da Covid-19. Segundo Lisa, o corpo foi mantido em gelo seco dentro da residência da família. A decisão, segundo ela, foi uma tentativa de manter viva a conexão com o filho, mesmo diante da dor irreparável da perda. “Eu me acostumei tanto a ele, cuidando dele e o mantendo ali. Acho que qualquer outra pessoa ficaria completamente apavorada por ter o corpo do filho assim. Mas eu não”, escreveu.
A cantora descreve o gesto como uma forma de prolongar a maternidade diante da morte: “Me senti muito privilegiada por haver uma maneira de eu continuar sendo mãe dele, adiando um pouco mais até que eu estivesse pronta para deixá-lo descansar.”
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Benjamin foi enterrado mais tarde no jardim de Graceland, ao lado do avô, Elvis Presley — local que é símbolo da história musical da família e espaço de forte valor afetivo.
A obra foi finalizada por Riley Keough, filha de Lisa e atriz reconhecida por seu trabalho no cinema e na televisão. Em entrevista à revista People, Riley comentou a escolha da mãe e demonstrou apoio incondicional. “Se minha mãe estivesse aqui, ela diria: ‘Sim, tanto faz. Eu não me importo. Se as pessoas acham isso loucura, podem ir se foder’”, disse, com franqueza.
Riley também explicou que o período em que a família enfrentou o luto coincidiu com os meses mais duros da pandemia, o que complicou ainda mais os trâmites para o sepultamento. “Estávamos em meio à pandemia, e os planos para enterrá-lo eram muito incertos. Ela não queria que o corpo dele estivesse em um lugar onde as pessoas pudessem mexer com ele.”
No livro, Lisa Marie ainda relembra a morte de seu pai, Elvis Presley, em 1977. Ela afirma que, na época, teve a chance de passar alguns dias com o corpo do pai em casa, o que a ajudou no processo de despedida. “Ter meu pai em casa após sua morte me ajudou muito porque eu podia passar tempo com ele e falar com ele”, escreveu.
Lisa Marie Presley faleceu em janeiro de 2023, aos 54 anos, após sofrer uma parada cardíaca. Sua autobiografia, escrita com extrema sensibilidade, acaba sendo não só um retrato da dor da perda, mas também uma reflexão profunda sobre amor, luto e os laços que persistem mesmo depois da morte.
O relato tocante de Lisa abre espaço para um debate importante sobre como diferentes pessoas enfrentam o luto. Em vez de julgamentos, a história convida à empatia e à compreensão dos caminhos que cada um encontra para lidar com o fim da vida de quem se ama.
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