Grandes drogarias lideram crescimento de 15% nas vendas de Genéricos

As grandes redes de farmácias no Brasil, representando aproximadamente 10% das empresas do setor e abrangendo cerca de metade do mercado, testemunharam um notável aumento no faturamento proveniente da venda de genéricos entre janeiro e abril deste ano, em comparação com o mesmo período de 2023, segundo dados da Abrafarma.

Esse crescimento de 15,8% superou consideravelmente o reajuste máximo de 5,6% que os medicamentos tiveram no ano passado, destacando uma concentração ainda maior das vendas nas grandes redes. Uma explicação para isso é a limitação na oferta de medicamentos por parte da indústria, conforme observado pelo presidente da Abrafarma, Sergio Mena Barreto.

Essas redes de maior porte frequentemente fecham acordos comerciais com antecedência para garantir seu abastecimento, embora apenas cerca de 70% das encomendas sejam efetivamente entregues. O setor de genéricos, com sua diversidade de laboratórios, particularmente para tratamentos de doenças crônicas como hipertensão, tende a obter condições comerciais mais favoráveis para as farmácias.

Mena também destacou que, apesar da demanda exceder a oferta de medicamentos em geral, a escassez enfrentada pelas redes menores não possui uma solução imediata. Um aumento na produção se depara com desafios, como a saturação de marcas de genéricos em determinados segmentos, que poderia resultar em queda nos preços, além da proteção de patentes de alguns medicamentos.

A falta de produção interna de princípios ativos também afeta a disponibilidade de produtos para o mercado brasileiro, enquanto os produtores internacionais podem optar por outros mercados dependendo das condições comerciais.

Essas disparidades têm sido evidenciadas pelo índice de fechamento de farmácias, onde as independentes foram as mais afetadas nos últimos 24 meses, com 7.784 estabelecimentos encerrando suas atividades, representando 87,6% do total. Isso pode ser atribuído, em parte, à escassez de produtos farmacêuticos.

No geral, a venda de genéricos tem uma representatividade significativa no setor, devido ao seu preço final mais acessível. O avanço de 15,8% na receita proveniente da venda de genéricos, em comparação com o aumento de 14,9% na venda geral de medicamentos, destaca esse fenômeno. A receita total da comercialização de genéricos entre janeiro e abril alcançou R$ 3,88 bilhões, seguindo uma tendência de crescimento observada nos anos anteriores, como em 2023, quando os genéricos superaram pela primeira vez a marca de R$ 10 bilhões, registrando um aumento de 15,6% em relação a 2022.

Fonte: Câmara Legislativa