Golpe da ‘mão fantasma’ faz Pix sem que a vítima perceba; veja como se proteger

Um novo tipo de golpe tem preocupado especialistas em segurança digital e já fez vítimas em diversas regiões do país: é o chamado “golpe da mão fantasma”, também conhecido como golpe do acesso remoto. Disfarçado de atendimento bancário, o golpe dá aos criminosos o controle total do celular da vítima, permitindo transferências via Pix e acesso a dados pessoais — tudo sem que a pessoa perceba o que está acontecendo.

Como começa o golpe?

A fraude geralmente começa com uma ligação falsa, onde o criminoso se apresenta como funcionário do banco. Com um tom técnico e convincente, ele diz estar ajudando a resolver um suposto problema na conta da vítima, como movimentações suspeitas ou necessidade de “verificação de segurança”. Para isso, orienta que a pessoa instale um aplicativo de suporte remoto no celular, como Anydesk ou TeamViewer — apps legítimos, usados por profissionais de TI para realizar assistência técnica à distância.

Após a instalação, o golpista solicita o código de acesso gerado pelo próprio aplicativo, o que permite que ele assuma o controle completo do dispositivo. Com isso, passa a ter liberdade para navegar pelo aparelho, inclusive acessar aplicativos bancários e realizar transferências, como Pix, sem precisar da ajuda ou autorização da vítima.

Participe do nosso grupo de notícias no WhatsApp: Quero Participar

Por que o golpe é tão difícil de detectar?

O grande risco desse tipo de ataque está no fato de que os aplicativos usados são legítimos, disponíveis nas lojas oficiais (Google Play e App Store) e, por isso, não costumam ser bloqueados por antivírus ou sistemas de segurança do próprio aparelho. Além disso, os criminosos operam com rapidez e discrição: em muitos casos, a vítima nem percebe que o celular está sendo manipulado à distância.

Outro agravante é que muitas pessoas anotam senhas em locais inseguros, como blocos de notas, e-mails, mensagens de WhatsApp ou até dentro do próprio app do banco. Com o acesso remoto, os golpistas conseguem localizar essas informações com facilidade e concluir as transações sem encontrar obstáculos.

O que dizem os bancos?

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) faz um alerta direto: nenhuma instituição financeira entra em contato com clientes solicitando a instalação de aplicativos, nem pede senhas, número do cartão ou realiza transferências sob qualquer pretexto.

“Se receber uma ligação com esse tipo de pedido, desconfie imediatamente. Desligue e entre em contato com o banco por meio dos canais oficiais e usando outro telefone”, orienta Adriano Volpini, diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban.

Como se proteger?

Para evitar cair nesse tipo de armadilha, é essencial adotar alguns cuidados básicos, mas eficazes:

  • Nunca instale aplicativos por indicação em ligações não solicitadas.
  • Desconfie de qualquer contato dizendo ser do banco e pedindo acesso ao seu celular.
  • Jamais compartilhe códigos de acesso remoto com terceiros.
  • Use senhas diferentes para aplicativos bancários e outros serviços online.
  • Evite armazenar dados sensíveis no próprio celular.

Além disso, fique atento a outros apps de acesso remoto menos conhecidos, como Zoho Assist, Microsoft Remote Desktop e AnyViewer, que também podem ser usados com o mesmo objetivo.

O golpe da “mão fantasma” é mais uma prova de que a engenharia social — o ato de manipular a vítima para que ela mesma abra as portas da fraude — segue sendo uma das maiores armas do crime digital. A melhor defesa continua sendo a informação, a desconfiança diante de contatos suspeitos e o uso responsável da tecnologia.

Compartilhe

📱 Participe do nosso grupo no WhatsApp e receba as notícias em tempo real:

Grupo do WhatsApp

📸 Não perca nenhuma atualização! Siga-nos no Instagram:

Coruja News no Instagram

© Todos os direito reservados ao Coruja News! Não é permitido cópia!