Faxineira é morta por engano nos EUA ao tentar limpar casa errada; marido pede justiça

Uma mulher guatemalteca de 32 anos, identificada como Ríos Pérez, foi morta a tiros nos Estados Unidos após tentar limpar a casa errada.
O caso aconteceu na cidade de Whitestown, no estado de Indiana, no dia 5 de novembro. A vítima, mãe de quatro filhos, havia imigrado para o país há três anos em busca de melhores condições de vida.

Segundo o marido, Mauricio Velázquez, o casal trabalhava como faxineiro e tinha sido contratado para limpar uma residência nova — onde nunca haviam estado antes. Porém, ao chegar ao endereço, eles confundiram a casa e tentaram abrir a porta errada com as chaves fornecidas pelos clientes.

O tiro que atravessou a porta e tirou uma vida

De acordo com Velázquez, em entrevista à CBS News e à WTTV, a tragédia aconteceu de forma repentina.
Deveria ter chamado a polícia primeiro, em vez de atirar assim, sem motivo algum”, afirmou, emocionado. Ele contou que o disparo atravessou a porta e atingiu sua esposa.

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Mais tarde, a família descobriu que a residência correta — onde deveriam fazer a faxina — ficava logo atrás da casa onde o tiro foi disparado.

Família pede justiça e apoio do governo da Guatemala

O governo guatemalteco confirmou o caso e informou estar prestando assistência consular e jurídica à família, por meio do consulado de Chicago.


Em nota, o Ministério das Relações Exteriores da Guatemala lamentou o ocorrido e destacou que a vítima era natural de Quetzaltenango.
“Ela faleceu em um ato violento quando se preparava para cumprir suas tarefas na cidade de Whitestown. Deixa esposo e quatro filhos”, declarou o comunicado.

O marido, inconsolável, afirma que apenas busca justiça e respostas. “Acredito que a pessoa que fez isso não está bem da cabeça”, desabafou Velázquez.

Legítima defesa em debate: promotor diz que caso é complexo

O promotor do condado de Boone, Kent Eastwood, afirmou que o caso ainda está sob investigação e que é juridicamente complexo, devido à forma como as leis de legítima defesa são redigidas em Indiana.
A legislação estadual permite o uso de força letal em casos de invasão de domicílio ou ameaça à integridade física — uma norma que vem sendo amplamente discutida no país.

Casos semelhantes reacendem alerta sobre violência e medo nos EUA

Incidentes parecidos vêm se repetindo em diferentes estados norte-americanos, revelando um cenário de medo e reações precipitadas por parte de moradores.

Em 2023, o adolescente Ralph Yarl, de 16 anos, levou dois tiros após tocar a campainha da casa errada no Missouri. O idoso Andrew Lester, autor dos disparos, confessou o crime e morreu antes de ser sentenciado.

No mesmo ano, em Nova York, Kaylin Gillis, de 20 anos, foi morta após entrar, por engano, no estacionamento de uma casa. O atirador cumpre pena de 25 anos de prisão.

Esses episódios reforçam o debate sobre excesso de força e falhas na aplicação das leis de defesa pessoal em um país onde o acesso a armas de fogo é amplamente facilitado.

Imigrantes e o medo cotidiano

A morte da faxineira guatemalteca também chama atenção para a vulnerabilidade de imigrantes latino-americanos nos Estados Unidos, que frequentemente enfrentam barreiras linguísticas, preconceito e medo de denunciar abusos.
Especialistas em direitos humanos destacam que a tragédia de Whitestown é mais um exemplo de como a desinformação e o medo podem transformar erros simples em tragédias irreversíveis.

O caso da faxineira guatemalteca morta em Indiana evidencia as tensões sociais e culturais que ainda marcam o cotidiano de imigrantes nos EUA.
Enquanto a família pede justiça, autoridades locais enfrentam o desafio de conciliar o direito à defesa pessoal com a responsabilidade de evitar o uso desproporcional da força.

Mais do que um erro trágico, a morte da trabalhadora é um retrato da fragilidade da convivência em uma sociedade armada e polarizada, onde o medo tem custado vidas inocentes.

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