Família cava sepultura de bebê de 11 meses após não encontrar cova aberta em cemitério

Uma situação lamentável marcou o enterro de um bebê de 11 meses no Cemitério Municipal de Itacaré, no sul da Bahia, na manhã da última quinta-feira (5). Sem apoio dos serviços públicos, familiares da criança tiveram que cavar a sepultura com as próprias mãos para garantir o sepultamento do corpo.

Um vídeo gravado no local mostra o desespero da família. Enquanto parentes se revezavam para abrir a cova, uma mulher narra o que estava acontecendo. Ela relata que o primeiro local cavado precisou ser abandonado, pois havia restos mortais no espaço. Em seguida, a família teve que começar uma nova escavação, visivelmente abalada com a falta de estrutura.

“Cavou ali, mas achou um corpo. Agora está cavando outro lugar para enterrar a criança”, disse a mulher. Em seguida, ela lamenta: “Um absurdo isso. Os familiares que estão cavando a cova. O coveiro está bêbado, não está fazendo nada. Isso é horrível”.

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A denúncia de que o coveiro responsável estaria sob efeito de álcool agravou ainda mais a comoção em torno do caso. A cena, além de ter causado revolta aos presentes, repercutiu nas redes sociais, levantando críticas à administração pública local e à qualidade dos serviços essenciais oferecidos à população.

Prefeitura se manifesta e promete apuração rigorosa

Após a ampla repercussão, a Prefeitura de Itacaré divulgou uma nota oficial se solidarizando com a dor da família. No comunicado, a gestão municipal afirmou que está tomando providências para investigar o ocorrido e identificar os responsáveis.

“Reafirmamos nosso compromisso com a responsabilidade na gestão pública e com o respeito à população, especialmente em situações marcadas pelo sofrimento e luto”, diz a nota.

Além disso, a Prefeitura garantiu que uma apuração interna será conduzida com seriedade e transparência. Embora o comunicado mencione o compromisso com a ética e a qualidade dos serviços públicos, não foram informadas medidas imediatas para garantir que situações como essa não se repitam.

Indignação da população levanta debate sobre dignidade nos serviços funerários

O episódio reacende um debate importante: a dignidade nos momentos de luto. Para muitas famílias, o momento da despedida é doloroso por si só. Ter que enfrentar, nesse contexto, a falta de estrutura e o abandono por parte do poder público torna o sofrimento ainda maior.

Especialistas em políticas públicas lembram que o acesso a serviços funerários adequados e humanizados é um direito básico garantido por lei. “Um enterro digno não é um favor do Estado. É parte do mínimo que se espera de qualquer gestão comprometida com sua população”, ressalta um consultor de gestão pública ouvido pela reportagem.

A situação registrada em Itacaré não é um caso isolado. Em diversas regiões do Brasil, famílias de baixa renda ainda enfrentam dificuldades para enterrar seus entes queridos com o mínimo de respeito, seja pela precariedade dos cemitérios, pela ausência de servidores, ou por negligência das administrações locais.

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