A última despedida de Preta Gil foi exatamente como ela desejava: íntima, afetiva e fora dos padrões tradicionais. Realizada no Cemitério e Crematório da Penitência, na Zona Portuária do Rio de Janeiro, a cerimônia reuniu apenas familiares e amigos próximos — e contou com um pedido especial feito pela própria cantora antes de sua morte. Em vez de um ambiente silencioso e carregado de tristeza, o local foi preparado com elementos que refletiam a personalidade vibrante de Preta.
Um bar com drinks sem álcool foi montado no espaço reservado do crematório, conforme relatado por José Gil, irmão da artista. O gesto não foi por acaso. Segundo ele, a iniciativa traduzia o desejo de Preta de tornar o momento mais leve, quase como uma celebração de sua trajetória, e não apenas um adeus. Era sua forma de dizer que a vida deveria ser comemorada, até o último instante.
Além do ambiente cuidadosamente pensado por ela, a cerimônia foi marcada por depoimentos que ressaltaram o legado cultural e afetivo deixado por Preta. José Gil aproveitou o momento para lembrar a força da irmã no cenário do Carnaval carioca. “Ela lutou muito para que o Carnaval de rua tivesse o espaço que tem hoje. É uma mulher que fica na história, fica em todos nós”, afirmou.
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Um dia antes do velório, a Prefeitura do Rio de Janeiro prestou uma homenagem institucional. O tradicional circuito dos megablocos de rua no Centro da cidade agora leva o nome da artista: Circuito de Blocos de Rua Preta Gil. Placas com o novo nome já começaram a ser instaladas, eternizando o impacto que ela teve no maior evento cultural do país.
Amigos íntimos também prestaram suas homenagens públicas. A diretora Amora Mautner, que trabalhou com Preta na TV Globo, destacou o exemplo de autenticidade deixado pela artista: “Ela só fez o que era genuíno. A maior força da Preta era ser quem ela era, e nos ensinou a fazer o mesmo — viver sem se preocupar tanto com a opinião alheia.”
O comunicador Gominho, um dos amigos mais próximos de Preta, compartilhou um relato tocante sobre o luto. “Eu venho vivendo um luto vivo há três anos. Desde que saiu a metástase, eu sabia o que vinha pela frente. Mas segui ao lado dela. O que fica agora é o astral dela, os ensinamentos que deixou. Aprendi tudo o que ela tinha para ensinar”, afirmou, com a voz embargada.
Preta Gil partiu deixando uma marca que vai além da música. Sua despedida, cuidadosamente planejada por ela mesma, revelou o quanto a artista era coerente com sua essência — uma mulher que fez da própria existência um manifesto de amor, liberdade e verdade.
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