‘Falso profeta’: youtuber é processado pelo bispo Bruno Leonardo e tem vídeos excluídos nas redes

O teólogo e youtuber Caio Modesto, conhecido por suas críticas contundentes ao movimento neopentecostal, foi processado pelo bispo Bruno Leonardo, um dos líderes religiosos mais populares do Brasil atualmente. O motivo do embate judicial foi uma série de postagens e vídeos em que Caio classificava o bispo como “falso profeta” e questionava práticas religiosas adotadas por ele, como o uso de elementos simbólicos nas orações e promessas consideradas “extrabíblicas”.

Apesar da intensidade do conflito nas redes, o processo – que tramitava há mais de três meses sob segredo de Justiça – chegou ao fim com a extinção da punibilidade de Caio Modesto. O CORREIO teve acesso exclusivo à sentença, proferida pela 11ª Vara Criminal de Salvador, no último dia 7.

Entenda o desfecho do caso

A ação judicial havia sido movida tanto por Bruno Leonardo quanto pela Igreja Batista do Avivamento Mundial, sob acusações de calúnia, injúria e difamação. No entanto, a situação tomou outro rumo: o bispo Bruno Leonardo desistiu da queixa, e a denúncia feita pela igreja foi considerada inválida por falhas processuais — especificamente, um erro na procuração que não foi corrigido no prazo legal de seis meses. Com isso, a Justiça declarou extinta a punibilidade de Caio, arquivando o caso.

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Uma audiência que estava marcada para 25 de agosto foi cancelada, e não haverá custos judiciais nem pagamento de honorários por parte dos envolvidos.

As críticas de Caio Modesto

Os vídeos retirados do ar por determinação judicial continham duras críticas ao bispo Bruno Leonardo. Caio Modesto questionava práticas como a “revelação do futuro” por meio de farinha colocada nas mãos dos fiéis e denunciava o que chama de “teologia da prosperidade” e “confissão positiva” — abordagens frequentemente associadas ao neopentecostalismo.

Segundo Caio, essas práticas distorcem os ensinamentos bíblicos e oferecem promessas que “Deus nunca fez”. Ele também argumentava que muitos seguidores do bispo continuam em situação de vulnerabilidade, enquanto o líder religioso desfruta de uma vida confortável.

“O canal dele tem mais de 50 milhões de seguidores. Pessoas frágeis na fé são expostas a promessas irreais. Enquanto ele ostenta riqueza, faltam boa teologia e direção bíblica a quem o acompanha”, declarou o teólogo em uma de suas postagens.

Popularidade crescente e silêncio diante da polêmica

Bruno Leonardo tem se consolidado como um dos nomes mais influentes do meio religioso digital no Brasil. Seus cultos lotam estádios e seus vídeos alcançam milhões de visualizações. Em janeiro deste ano, durante o evento “Visita do Profeta”, realizado no Parque de Exposições em Salvador, cerca de 80 mil pessoas compareceram, e ele anunciou uma doação de R$ 2 milhões para o Hospital Santa Izabel.

Procurada pela reportagem, a assessoria do bispo havia negado a existência do processo durante sua tramitação. Com a divulgação da sentença, o CORREIO voltou a solicitar um posicionamento sobre os motivos da desistência, mas não obteve resposta até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

Essa disputa traz à tona não apenas as divergências teológicas dentro do meio cristão, mas também os limites entre crítica religiosa, liberdade de expressão e responsabilidade nas redes sociais.

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