Facção Tropa do A vira PCC em Salvador e oficializa atuação na Bahia; entenda a origem

A união entre a facção baiana Tropa do A e o Primeiro Comando da Capital (PCC), anunciada oficialmente na noite desta terça-feira (29), marcou um novo capítulo no cenário do crime organizado na Bahia. Essa aliança confirma a entrada formal da poderosa facção paulista no estado, especialmente em Salvador e região metropolitana.

A Tropa do A, que volta a ganhar destaque nas manchetes, nasceu de uma longa trajetória de divisões e disputas internas dentro do tráfico baiano. O grupo surgiu a partir do antigo Comando da Paz (CP) — criado em 2007 — que foi uma das primeiras grandes forças a rivalizar com o Bonde do Maluco (BDM). Naquele tempo, o CP era formado por traficantes de peso no estado, como Cláudio Campanha, Val Bandeira, Fagner Souza (conhecido como Fal), Thiago Adílio (o Coruja), entre outros nomes.

Com o passar dos anos, o Comando da Paz enfraqueceu. Conflitos entre lideranças, disputas por territórios e a ascensão de novas facções minaram sua força, principalmente em Salvador e cidades vizinhas. Em 2020, tentando se reerguer, o grupo se aliou ao Comando Vermelho (CV) e virou uma célula da facção carioca.
Mas essa parceria também não durou. Fontes apontam que parte dos líderes baianos não aceitava totalmente a influência do CV, o que levou à criação da Tropa do A, também chamada de Ordem e Progresso (OP).

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A nova facção, formada no bairro de São Caetano e com forte base em Sussuarana, era liderada por Fal e Coruja. Fal, mesmo preso desde 2014, seguia comandando as operações de dentro do Complexo Penal de Salvador. Já Coruja foi assassinado poucos meses após a fundação do grupo, sequestrado por rivais do Comando Vermelho no Rio de Janeiro.

Depois da morte de Coruja, a liderança passou para Luís Cláudio dos Santos, conhecido como Do Lixo, que também foi morto no início de 2024. Sem uma liderança forte e após tentativas frustradas de novas alianças com o CV, a facção perdeu ainda mais poder. Isso abriu espaço para a aproximação com o PCC.

A entrada oficial do Primeiro Comando da Capital na Bahia foi acelerada com o fim da relação entre o CV e a Tropa do A. Vale lembrar que o PCC já havia se aproximado anteriormente do Bonde do Maluco, inclusive fornecendo armas — relação que já estava desfeita há algum tempo.

O anúncio da nova aliança foi celebrado por traficantes de diversos bairros de Salvador, como São Marcos, Pau da Lima, Jardim Cajazeiras, Sussuarana e partes de Itapuã, que soltaram fogos durante a madrugada para marcar o acordo.

Um sinal claro dessa mudança também pode ser visto em pichações que começaram a surgir em muros dessas regiões: o número 1533. Esse código faz referência direta ao PCC — o 15 representa a letra P, e o 3 representa a letra C, indicando a sigla do Primeiro Comando da Capital.

Agora, a presença do PCC na Bahia está mais estruturada do que nunca, o que deve alterar a dinâmica entre as facções locais e gerar reflexos nas disputas por território e no controle do tráfico de drogas. A situação exige atenção redobrada das forças de segurança e da sociedade para entender os impactos dessa nova configuração.

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