Drone aquático é usado para localizar corpos de jovens executados em ferro-velho

A Polícia Civil da Bahia deu início, nesta terça-feira (17), a mais uma etapa da operação que tenta localizar os corpos de Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento, de 24 anos, e Matusalém Lima Muniz, de 25. Os dois desapareceram em 4 de novembro de 2024, no bairro de Pirajá, em Salvador, após serem brutalmente executados em um galpão que funcionava como ferro-velho.

Com apoio do Corpo de Bombeiros Militar e da Secretaria da Segurança Pública (SSP), a ação acontece na Barragem do Cobre, local apontado pelas investigações como possível ponto de ocultação dos corpos. O diferencial desta nova fase está no uso de um drone aquático — um veículo submersível não tripulado, operado por um programador especializado, que consegue alcançar áreas de difícil acesso devido à profundidade e à grande quantidade de lama.

Essa tecnologia tem sido essencial para ampliar o alcance das buscas e reduzir os riscos aos mergulhadores, tornando possível explorar com precisão áreas que antes seriam praticamente inacessíveis.

As investigações, conduzidas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), indicam que as vítimas foram torturadas e mortas dentro do galpão do ferro-velho onde trabalhavam. O empresário Marcelo Batista Silva, dono do estabelecimento, participou pela primeira vez da audiência de instrução e julgamento do caso nesta segunda-feira (16), no Fórum Criminal de Sussuarana. Ele permaneceu em silêncio, apenas ouvindo o relato de três testemunhas.

De acordo com o advogado Sandro Reis, representante das famílias das vítimas, Marcelo será o último a ser interrogado, após a oitiva de todas as testemunhas de acusação e defesa.

O caso segue gerando forte comoção e traz à tona a importância da tecnologia e da integração entre forças de segurança pública na elucidação de crimes violentos e no combate à impunidade. A expectativa é que, com o avanço da operação e o uso de ferramentas modernas como o drone subaquático, a verdade venha à tona e os familiares possam, finalmente, ter respostas.