Delegação brasileira nas olimpíadas tem maioria feminina pela primeira vez

As Olimpíadas ainda não começaram, mas o Brasil já alcançou um marco histórico: pela primeira vez, a delegação brasileira será majoritariamente feminina nos Jogos. Com um total de 277 atletas confirmados, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) anunciou que 153 são mulheres (55%) e 124 são homens (45%).

Além de representar uma mudança significativa na composição de gênero, essa será a terceira maior equipe já enviada pelo Brasil a uma edição olímpica, superada apenas por Rio 2016 (462 atletas) e Tóquio 2020 (302 atletas). O contingente de Paris 2024 iguala-se ao número de atletas de Pequim 2008.

Em Tóquio 2021, as mulheres compunham 47% da delegação brasileira. Esse aumento na participação feminina é resultado dos esforços do COB (Comitê Olímpico do Brasil) e das confederações brasileiras desde os Jogos do Rio 2016. A edição atual das Olimpíadas também é histórica por apresentar paridade de gênero entre os atletas, com metade dos mais de 10 mil competidores sendo mulheres.

Esta edição também marca um avanço em direção à igualdade de gênero nos Jogos Olímpicos, com um total de 10.500 vagas estabelecidas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), divididas igualmente entre 5.250 mulheres e 5.250 homens. Essa decisão representa um passo importante rumo à paridade de gênero no esporte mundial.

Segundo Mariana Mello, gerente de Planejamento e Desempenho Esportivo do COB e subchefe da Missão Paris 2024, a conquista da maioria feminina na delegação brasileira é resultado de uma estratégia de investimento específica no esporte feminino, iniciada há dois ciclos olímpicos. O investimento não se limitou apenas aos atletas, mas também incluiu treinadoras e gestoras, culminando na criação da área Mulher no Esporte em 2021.

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Em 1900, durante a primeira vez que Paris sediou os Jogos Olímpicos, havia apenas 22 mulheres competindo, o que correspondia a 2,2% do total, e elas participaram apenas de dois esportes: tênis e golfe.

Este ano, em Paris, haverá 329 eventos de medalhas, dos quais 152 serão dedicados às mulheres e 20 serão mistos. Além disso, 28 dos 32 esportes terão equilíbrio total de gênero.

Na equipe dos EUA, 314 das 592 atletas em competição serão mulheres, representando 53%. Recentemente, as mulheres dos EUA têm conquistado mais medalhas do que os homens, mesmo competindo em menos eventos.

Essa conquista reflete o aumento da competitividade e do sucesso das mulheres brasileiras nos esportes coletivos em nível internacional, com equipes femininas garantindo vagas no futebol, vôlei, handebol e rúgbi, enquanto os homens conseguiram vagas apenas no vôlei e basquete.

Fonte: CNN, AH