A morte do renomado advogado criminalista Daniel Keller, de 41 anos, abalou o meio jurídico baiano e deixou muitas perguntas sem resposta. Ele foi encontrado sem vida no quarto de um hotel de luxo no bairro Caminho das Árvores, em Salvador, na manhã do dia 13 de junho. No entanto, testemunhas afirmam ter ouvido o disparo na noite anterior, em pleno Dia dos Namorados — data que, curiosamente, também marca o aniversário de 42 anos da jornalista Jéssica Senra, ex-namorada de Daniel.
Essa coincidência deu ainda mais peso à tragédia. Os dois viveram um relacionamento entre 2018 e 2021, marcado por companheirismo e afeto, como deixou claro a própria Jéssica em uma homenagem pública nas redes sociais. “Você foi luz e amor na minha vida”, escreveu a apresentadora. A mensagem emocionada ainda chamou atenção para a importância da saúde mental, indicando o contato do CVV (Centro de Valorização da Vida), com o telefone 188.
Investigação aponta morte autoprovocada
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Segundo informações da Polícia Civil, o advogado estava sozinho no momento do ocorrido. Uma arma de fogo foi apreendida no local e, até o momento, a principal linha de investigação é a de suicídio. A perícia segue analisando o caso para esclarecer os detalhes sobre a dinâmica da morte.
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Funcionários do hotel acionaram as autoridades após encontrarem o corpo. Embora os primeiros relatos públicos tenham surgido na manhã do dia 13, hóspedes disseram ter ouvido o disparo por volta da noite do dia 12 de junho. A diferença entre os horários reforça a possibilidade de que Daniel já estivesse sem vida há várias horas antes de ser encontrado.
Quem foi Daniel Keller
Keller não era apenas conhecido nos tribunais. Atuava como advogado criminalista e também como professor em faculdades de Salvador. Participou de casos de grande notoriedade, como o julgamento da médica Kátia Vargas — envolvida em um acidente que matou dois irmãos em Ondina — e do emblemático caso do jovem Lucas Terra, assassinado em circunstâncias brutais no início dos anos 2000.
Colegas de profissão e ex-alunos destacam a inteligência, a firmeza e a humanidade com que Keller conduzia seus trabalhos. Em nota, a OAB-BA lamentou profundamente a perda e ressaltou sua contribuição ao Direito baiano. Instituições de ensino também se manifestaram com pesar.
Despedida reservada
O corpo de Daniel Keller foi sepultado na manhã de sábado (14), em uma cerimônia reservada para familiares próximos. Cerca de 15 pessoas estiveram presentes. O clima era de profunda tristeza e silêncio respeitoso.
Saúde mental em foco
A morte do advogado reabre o debate sobre saúde mental, especialmente entre profissionais submetidos a altos níveis de estresse, como é o caso do meio jurídico. A pressão constante, o envolvimento em casos delicados e a rotina intensa podem afetar profundamente o emocional de qualquer pessoa — independentemente de seu prestígio ou carreira consolidada.
Por isso, a mensagem de Jéssica Senra encontra eco em uma preocupação maior: precisamos falar sobre sofrimento emocional sem tabu. O CVV — Centro de Valorização da Vida — oferece escuta gratuita, anônima e disponível 24 horas por dia pelo telefone 188.
Reflexão necessária
A perda de Daniel Keller deixa uma lacuna não apenas na área jurídica, mas também entre aqueles que conviveram com ele. A coincidência de datas, os sinais silenciosos que talvez tenham passado despercebidos e a falta de respostas imediatas reforçam um alerta: a dor muitas vezes se esconde atrás de sorrisos e rotinas produtivas.
Que essa história não fique apenas na memória como mais um caso trágico, mas sirva para ampliar o cuidado com a saúde emocional, principalmente nos espaços de trabalho e estudo. E que possamos, como sociedade, oferecer escuta e acolhimento antes que seja tarde demais.
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