O empresário Rodrigo Morgado, proprietário da empresa Quadri Contabilidade, foi preso em flagrante nesta terça-feira (29) em São Paulo, após agentes da Polícia Federal encontrarem uma arma dentro do carro dele.
A prisão ocorreu porque ele não tinha autorização legal para portar a arma. A abordagem aconteceu durante o cumprimento de mandados da Operação Narco Vela, uma grande investigação que desmantela uma rede internacional de tráfico de drogas. A informação foi confirmada pelo portal G1.
A Operação Narco Vela, que conta com a parceria da agência antidrogas dos Estados Unidos (DEA), começou em fevereiro de 2023. Naquela época, um veleiro brasileiro foi interceptado no Oceano Atlântico, próximo da costa africana, transportando três toneladas de cocaína. A partir dessa apreensão, a Polícia Federal descobriu um esquema organizado de envio de drogas em embarcações que saíam do Brasil para a Europa e a África.
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Segundo as investigações, a base das operações ficava na região da Baixada Santista. Lá, a droga era armazenada e, posteriormente, levada por lanchas até o alto-mar. De lá, a carga era transferida para pesqueiros e veleiros que cruzavam o oceano até a África. Já no continente africano, a droga era repassada para embarcações menores, espalhando a carga para diferentes destinos. Desde o início da investigação, a Polícia Federal já apreendeu mais de oito toneladas de cocaína.
Na ação desta terça-feira, a Polícia Federal prendeu 24 pessoas. Foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, 31 de prisão temporária e 62 ordens de busca e apreensão, em cinco estados do Brasil, além de ações internacionais nos Estados Unidos, Itália e Paraguai. No caso de Rodrigo Morgado, não havia mandado de prisão — apenas buscas, sequestro de bens e bloqueio de contas em endereços de Santos, Bertioga e São Paulo. A prisão só aconteceu por conta da arma encontrada no veículo.
O episódio do sorteio e a demissão de funcionária
O nome de Rodrigo Morgado já tinha circulado amplamente nas redes sociais meses antes, em dezembro de 2024, devido a um caso polêmico na empresa dele. Na festa de fim de ano da Quadri Contabilidade, a funcionária Larissa Amaral da Silva ganhou um Jeep Compass 2017 em um sorteio promovido pela empresa. Porém, pouco tempo depois, Morgado exigiu que ela devolvesse o carro, alegando que Larissa não tinha cumprido as metas definidas no regulamento da premiação. Entre as condições estariam a captação de clientes e a participação em treinamentos internos.
De acordo com Larissa, o veículo ainda apresentou vários defeitos mecânicos desde a entrega, o que agravou a insatisfação com a situação. Após o impasse, a funcionária acabou demitida. O empresário alegou, à época, que a demissão ocorreu por “comportamento inadequado”.
A empresa defendeu que a posse definitiva do Jeep Compass estava condicionada ao cumprimento de metas e à manutenção do vínculo de trabalho por pelo menos 12 meses — uma cláusula que teria sido assinada pela funcionária. O episódio provocou indignação pública e forte repercussão online, levantando questionamentos sobre a postura do empresário diante de seus colaboradores.
Agora, com a prisão de Rodrigo Morgado no âmbito da Operação Narco Vela, o histórico do empresário volta a chamar a atenção, não apenas pela questão da arma, mas também pelas investigações que podem revelar conexões mais profundas com crimes de grande escala.
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