Mia, uma cadela golden retriever de 11 meses, foi encontrada morta e enterrada no quintal de um hotel de cães na Zona Oeste do Rio de Janeiro, depois de ser dada como desaparecida pelo adestrador responsável, Mário Sérgio Dornelas. O incidente teve um desfecho trágico, mas a família de Mia, desconfiada da versão de fuga apresentada pelo adestrador, contratou um detetive particular que revelou a verdadeira história, levando a Polícia Civil a investigar o caso.
A mentira desmascarada e as condições precárias dos outros animais
Francine Branchi, tutora de Mia, confiou a adestramento da cadela ao hotel após a recomendação de uma veterinária amiga. Inicialmente, o lugar parecia adequado, com boa estrutura e até uma piscina para os cães. No entanto, após a cadela ser deixada no local para um período de adestramento de 30 dias, o prazo foi estendido por mais 15 dias devido à alegação de Dornelas de que Mia ainda precisava de ajustes.
Quando o adestrador informou que Mia havia fugido no dia 13 de fevereiro, véspera da devolução, Francine começou a desconfiar, especialmente após o comportamento frio e contraditório de Dornelas. Ele fez comentários como “não se preocupe, ela está muito esperta”, o que levantou ainda mais suspeitas.
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Investigação revela a verdadeira causa da morte de Mia
Com a ajuda do detetive particular, imagens de câmeras de segurança e testemunhos de vizinhos confirmaram que Mia não havia fugido. A confirmação da morte de Mia veio quando uma ativista de direitos dos animais gravou Dornelas admitindo que a cadela estava enterrada em seu quintal. Ele alegou que Mia havia morrido devido a hipertermia (superaquecimento), e escondeu o corpo para sustentar sua versão de fuga.
Ao visitar o local, Francine encontrou outras condições de abandono. “Era um espaço fechado de cimento, sem água, sem comida, onde os cães viviam entre fezes. Não havia como um animal sobreviver ali”, relatou. A polícia resgatou outros três cães, debilitados e em péssimas condições de saúde.
Ação da família e apoio ao resgate
Apesar da dor pela perda de Mia, a família conseguiu resgatar um dos cães encontrados no local, Dom, um golden retriever que estava anêmico e apático. “Ele nunca substituirá a Mia, mas ela, de alguma forma, salvou a vida dele”, afirmou Francine, que agora luta por justiça.
Consequências para o adestrador e a luta por justiça
A Polícia Civil confirmou que Mário Sérgio Dornelas será processado por maus-tratos a animais. Segundo o artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais, os responsáveis por maus-tratos a animais podem ser condenados a detenção de três meses a um ano, com pena de até três anos em casos de morte do animal. A defesa de Dornelas ainda não foi encontrada para comentar.
Francine, em sua dor, prometeu que não descansará até que a justiça seja feita: “A Mia morreu, mas salvou outras vidas. Vamos lutar até o fim para que ele pague por isso e para que outros animais não passem pelo mesmo sofrimento”.
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